10.1.10

Por que nem todos os pecadores são salvos, se o Senhor Jesus é o Salvador de todos os homens?















O Senhor Jesus foi crucificado entre dois malfeitores. Até se encontrarem com Ele, na cruz, ambos eram iguais em tudo: pecadores e perdidos. Mas, depois desse glorioso encontro, um deles ouviu do Salvador do mundo: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43). Por que somente um deles foi salvo, se ambos eram pecadores igualmente perdidos?

Naquelas duas cruzes, uma à direita e outra à esquerda de Jesus, vemos representados os dois grupos de pecadores que há no mundo. Aliás, o próprio Deus divide a humanidade de acordo com a decisão que cada indivíduo toma ante a pregação da sua Palavra (Dt 30.19; Mt 7.13,14). Esses dois tipos de pecadores também estarão na eternidade: os que escolheram a vida e os que a morte escolheram (Jo 5.24; Lc 16.19-31).

O que aqueles dois malfeitores crucificados tinham em comum? Quase tudo. Nenhum era melhor do que o outro. Nenhum deles nasceu em condição privilegiada. Ambos nasceram em pecado, perdidos (Rm 3.23; 5.12); ambos tiveram o mesmo comportamento até a cruz (Mt 27.41-44; Mc 15.32); e ambos ouviram as mesmas palavras de Jesus proferidas sobre o madeiro, pois o Senhor morreu antes deles (Jo 19.31-36).

Quais foram as palavras do Salvador, na cruz? Elas eram suficientes para que alguém, por meio delas, desejasse a salvação? Claro que sim! Dependurado entre o céu e a terra, o Cordeiro de Deus — de acordo com Lucas 23.33-43, João 19.25-30 e passagens correlatas — (a) proferiu palavras de perdão a seus inimigos e (b) intercedeu ao Pai por eles, (c) consolou sua mãe, (d) clamou ao Pai, (e) pediu água, (f) proferiu palavras de vitória, (g) expressou contentamento e (h) profetizou a salvação de um dos malfeitores crucificados.

Como reagiu o malfeitor que morreu perdido, ante as palavras do Salvador do mundo proferidas na cruz? Ele (a) blasfemava — diferentemente do outro, que blasfemou, no início, mas depois se arrependeu (Mt 12.31,33) — e (b) zombava (e de Deus não se zomba [Gl 6.7, ARA]), dizendo: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23.39).

Mas, como reagiu o malfeitor que, por fim, ouviu palavras de salvação? Ele demonstrou, mesmo sendo pecador e perdido até aquele momento, que (a) tinha temor de Deus e (b) estava arrependido dos seus pecados, ao repreender o seu colega de vida pecaminosa: “Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez” (Lc 23.40,41).

Nas palavras acima, vemos também que o malfeitor salvo (c) reconheceu a justiça e a santidade do Senhor Jesus. Além disso, ele (d) expressou claramente o seu desejo de ser salvo, bem como (e) reconheceu o senhorio e a realeza do Salvador do mundo: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lc 23.42).

Até a cruz, os dois malfeitores estavam perdidos. Estavam na mesma condição. Um não era melhor do que outro perante Deus e a sociedade. Mas apenas um creu nas palavras do Salvador e foi salvo instantaneamente por Ele (Rm 10.9,10; At 16.31; 2 Co 5.17). Glória a Deus!

Portanto, preguemos o Evangelho a todos os pecadores, para que “todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Afinal, como diz a Palavra de Deus, o Senhor Jesus é o “Salvador do mundo” (Jo 4.42), o “Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis” (1 Tm 4.10)*.

* Gordon D. Fee escreveu acerca de 1 Timóteo 4.10: “Deus... é o salvador de todos os homens no mesmo sentido em que Cristo se deu a si mesmo em resgate por todos (2:6). Nenhuma das sentenças afirma que todas as pessoas serão deveras salvas” (Novo Comentário Bíblico Contemporâneo, Editora Vida, p.122).

Em Cristo,

Ciro Sanches Zibordi

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