19.1.10

O silêncio dos conscientes



Diante das tragédias, sobretudo aquelas que nos tocam, oscilamos entre explicar e chorar. Explicar quase sempre é culpar.

Chorar é para quem sente a dor do outro, mesmo que distante, como sendo a sua. Nem todos choram. Só os que não bastam em si mesmos.

Depois do choro, que venha o silêncio. Não o silêncio não dos indiferentes, mas dos que se importam.

É o silêncio de quem está ocupado, fazendo o que podem para colher as lágrimas, alimentar, vestir ou ou levantar os que sofrem.

É o silêncio dos que têm coragem de calar diante do que não devem explicar.

Israel Belo de Azevedo (Título original: Coragem de calar)

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