16.12.10

QUANDO A PROVAÇÃO É MOTIVO DE ALEGRIA

A pregação do evangelho nos nossos dias não tem preparado as pessoas para serem resistentes às provações. E, o pior, todos estão sujeitos a problemas, mesmo os salvos. O evangelho de hoje exige que os problemas sejam eliminados e rapidamente, renegando sua permanência por tempo indeterminado. Nem se considera que as provações podem ser meios de produzir frutos na própria vida e na de outros. Não é assim que Tiago vê as provações. Ele diz: "Considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações".

Algumas observações preliminares: Quem era Tiago?

Era irmão de Jesus e um dos líderes da Igreja em Jerusalém.Para quem ele está escrevendo? Para gente em provação: judeus convertidos, perseguidos e dispersos entre as nações.

I. Quando a provação é motivo de alegria?

Quando você vê o propósito.Deus tem propósitos ao permitir que provação o atinja. Veja as possibilidades que Tiago sugere:

1. Quando é uma prova de fé - Em quem você confia? · Em si mesmo? A provação demonstrará que você não tem força suficiente. · Em Deus? A provação lhe dará oportunidade de experimentar os recursos de Deus.

2. Quando é um meio para torná-lo maduro e íntegro - A provação é um exercício para o espírito.Assim como o corpo físico se desenvolve e atinge o seu potencial se sujeito a esforço, assim também as virtudes espirituais e de caráter são desenvolvidas quando submetidas a provas. Você aprende a amar, quando pessoas desprezíveis são colocadas em sua vida. Você aprende a ter calma, quando é colocado sob pressão. Você aprende a confiar em Deus, quando se vê impotente diante de uma situação. Cada prova passada lhe dá melhor capacidade de enfrentar a seguinte. Você vai se tornando maduro - adulto - e íntegro - inteiro, com todas as partes desenvolvidas.

3. Quando você sabe que será recompensado - Muito mais vantajoso que ser livre dos incômodos e traumas das provações presentes é saber que há uma recompensa eterna aguardando você, por tê-las suportado. "Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Rm 8.18). Suportar com alegria as provações é uma prova de amor a Deus. E ele sabe recompensar aqueles que o amam. A coroa da vida é um prêmio cuja descrição não é precisa, apenas que diz respeito à vida. Se a experiência da vida terrena foi de alguma forma afetada por sofrimentos, a vida celestial será caracterizada pela vida plena.



II. Como enfrentar a provação?

1. Com perseverança - 3,4Perseverar é permanecer firme, é não esmorecer. É permanecer confiando obstinadamente em Deus quando as dificuldades e tragédias da vida nos sobrevêm. Ilustração: História do oficial japonês solitário numa ilha e que permanecia cumprindo sua rotina militar, embora a guerra já houvesse terminado há anos, porque ele não sabia. Ele permaneceu fiel às instruções superiores. Ele foi condecorado por sua fidelidade e perseverança. 2. Com humildade - 5, 9-11Em meio à prova é natural sermos tomados de perplexidade. É compreensível não sabermos que decisão tomar. Aqui não há espaço para orgulho, para auto-suficiência. No meio da provação, quando você está desorientado, você precisa pedir ajuda a Deus.

Isto é sinal de humildade. Deus quer que você dependa dele. Se é de sabedoria que você precisa, ele quer ser o seu provedor (5). Os versículos 9 a 11 descrevem duas classes de pessoas cuja situação exterior revela muito de sua atitude interior. Em geral quem é pobre, tem tanta consciência de sua carência que está mais pronto a reconhecer sua miséria e se humilhar, dependendo totalmente de Deus. Então ele se orgulha, não de si mesmo, mas do que Deus fez para ele. Isto é, o colocou numa posição elevada e isso não é mérito seu, mas de Deus. Já o rico tem a tendência de colocar sua segurança nos bens que acumulou e corre o risco de confiar na sua própria capacidade de progredir. Ele não pode esquecer-se que é tão vulnerável e precisa de Deus exatamente na mesma medida que o pobre. A humildade que leva alguém a depender totalmente de Deus é exigência obrigatória para todos aqueles que enfrentam tribulações. 3. Com fé - 6-8

A provação é antes de mais nada uma prova de fé, como já dissemos. Portanto, a fé é também requisito obrigatório para quem passa por tribulações. Fé é o exercício do espírito quando tudo é confuso, inexplicável, escuro, incompreensível e absurdo. É a certeza de que Deus está no controle no meio do caos que envolve a sua vida. A dúvida o leva à instabilidade, ao medo, à falta de critério na busca de soluções, às decisões e escolhas erradas ("é alguém que tem a mente dividida, instável em tudo o que faz" - 8). Você é levado ao sabor das ondas. A fé o faz ser sereno e tranqüilo no meio dos problemas. Você é como uma torre forte cujos alicerces estão fincados no fundo do oceano. Não importa quão forte sejam os ventos e as ondas, você permanece inabalável. Deus honrará sua a fé, sustentando-o, fortalecendo-o e dando-lhe sabedoria durante a provação.

Conclusão

Nem todos os problemas serão eliminados de sua vida. É possível que você carregue a dor de uma perda irreparável por toda sua vida. Mesmo assim você pode encarar esta provação como um motivo de alegria, pois Deus está lhe dando uma oportunidade de provar a sua fé, está tornando-o mais maduro e íntegro e lhe recompensará no final com a coroa da vida.



Pr. Alexandre Tempel

Texto extraído do site: http://pvpd.blogspot.com/2009/06/quando-provacao-e-motivo-de-alegria.html

15.8.10

Cristianismo de marionetes: Bonecos sem vida nas mãos de uma liderança corrupta!


Por Leonardo Gonçalves

Estamos vivendo na época dos crentes marionetes. Em um país onde apenas uma parcela ínfima da sociedade adquiriu o gosto pela leitura, era de se esperar que uma religião que demanda fidelidade a um livro – ainda que seja um livro sagrado – encontraria problemas para se desenvolver de forma saudável. É claro que eu conheço as estatísticas recentes que mostram o crescimento vertiginoso dos evangélicos, mas essas pesquisas também nos revelam que a maior parte desse crescimento se dá na ala neopentecostal, em meio a igrejas que exploram ao máximo a fé mística, ubandista, idólatra e xamânica do povo brasileiro – sincretizando essas religiões e condensando-as em uma forma de culto muito diferente do culto racional de Romanos 12, e que por pura teimosia insiste em serem chamadas “igrejas evangélicas”. É claro que essas crenças não passam pelo crivo bíblico, de modo que para sustentá-las não basta apenas distorcionar as palavras da Bíblia: é preciso literalmente abandoná-la para levar à cabo essa religião idólatra, utilitarista e manipuladora.

Devido à multiplicação dos chamados “movimentos contraditórios” (um eufemismo para seitas), a Bíblia tem sido conservada apenas como acessório, um adorno para o púlpito, mas a bem da verdade, uma peça sem serventia. Cada vez menos se recorre a ela para basear opiniões, de forma que até o conhecido bispo-empresário chegou ao ponto de lançar uma campanha televisiva em favor do aborto, causando gande confusão no meio evangélico. Se por um lado o telebispo foi mais longe que todos os demais, por outro lado precisamos reconhecer que ele não está só: ele fez escola. Muitos telepastores e telepregadores tem seguido os seus passos. Essa semana estava lendo acerca de um telepastor (aquele que faz chapinha, sabe?) que formou uma caravana e se dirigiu para Israel, a fim de queimar os pedidos de oração que os “fãs” enviam para o seu programa. Outro pregador, que já foi um verdadeiro militante apologista, e que batia de frente com os modismos, heresias e falácias neopentecostais, mudou de trincheira e agora defende com unhas e dentes a teologia da prosperidade, preferindo a mensagem de “Vitória em Cristo” do que aquela da “Salvação por Cristo”.

Quero deixar claro que jamais afirmei ser o dono absoluto da verdade, antes anuncio que a Bíblia é verdadeira e me oponho veementemente a esse cristianismo analfabeto. Ora, o cristianismo sem Bíblia é como um casamento sem conjuge! É nela que encontramos a ética do reino, as promessas de Deus e suas demandas, as palavras inspiradoras de Cristo nos evangelhos, a doutrina cristã sistematizada por Paulo e a mensagem apologética de Pedro e Judas. Ela é o maior documento que o cristianismo possui. Ignorar a Bíblia é ignorar os atos de Deus na história da salvação, e conseqüentemente a nossa própria história. Mas infelizmente o que vejo hoje é um cristianismo sem Bíblia, sem Cristo, sem dogma e sem mensagem salvadora. Um cristianismo consumista, capitalista, utilitário, espíritista, relativista e pragmático. Os seguidores desse cristianismo caricato são marionetes nas mãos dos lobos devoradores, sendo constantemente manipulados para o benefício dos líderes que enchem os bolsos com o dinheiro dos “fiéis”, comprando aviões de 30 milhões de dólares, construindo mansões em Campos do Jordão, ou investindo em cavalos árabes “puro sangue”. Enquanto isso, os crentes se prestam aos mais absurdos papéis: banhando-se com sabonete de arruda, participando de sessões de descarrego, fazendo despachos, comprando produtos “made in Israel” e movimentando esse marcado milionário que é a industria da iconolatria evangélica.

É assim que cresce a igreja evangélica brasileira: enferma. Ela é uma igreja obesa, com o colesterol alto e diabetes. É uma comunidade doente, mas não é a única culpada da sua saúde precária. Falharam os seus pastores em administrar-lhe uma dieta saudável, e ainda falham ao dar-lhe veneno em lugar de remédio. É verdade que a igreja evangélica está crescendo, porém esse não é um crescimento saudável.

Quando era criança, me apaixonei por marionetes. Lembro-me que no jardim de infância meus olhos brilhavam durante as apresentações do grupos de títeres. Porém, o tempo foi passando e um dia eu descobri que a voz que eu ouvia não era a voz do boneco: havia alguém escondido atrás da cortina movendo os pobres personagens sem vida. Desse dia em diante, perdi totalmente o interesse por marionetes. Os membros dessas novas igrejas são meros títeres, massa de manobra na mão dos perversos, dominadores e exploradores da fé alheia. São os lobos vorazes que manipulam os bonecos inertes a fim de satisfazer suas necessidades e seus sórdidos interesses. Nossos membros são marionetes: a voz que ouço em suas defesas “apologéticas”, definitivamente não é deles. Já ouvi essa voz antes e aprendi a reconhecer o som por detrás do boneco de madeira. Eles não podem me enganar, pois aprendi cedo, aos 5 anos de idade, a discernir a voz que comanda o sistema.



***
Este texto foi um dos primeiros publicados na tribuna virtual chamada Púlpito Cristão, em Outubro de 2008

13.8.10

Pastores de si mesmos


Por André Santos

Infelizmente estamos mergulhados em uma crise de vocação ministerial sem fim. Ser pastor em uma sociedade como a nossa, não é uma tarefa fácil, bem da verdade que se tornou uma árdua tarefa. A nossa geração precisa ter consciência que os desafios que nos são propostos são particulares a nossa geração. Como disse o pastor Luiz Duarte: “Cada geração é responsável pela sua geração”.

Vivemos em dias desafiadores, dias de alta tecnologia, da velocidade de informações, da busca de soluções imediatas, dias onde “nada” é absoluto, mas tudo tem sido levado ao crivo do relativismo. Uma das coisas mais difíceis que há em nossos dias, é encontrar uma igreja autentica, sem o verniz da aparência por cima de um arcabouço cavo, oco. Os pastores sentem-se sem ânimos, vencidos pela modernidade das igrejas tecnológicas, pastores que outrora eram referencias para sua geração, são postos de canto em detrimento das inovações juvenis, alguns até irresponsáveis. Os dias em que vivemos são reflexos do século XXI, um século permeado de desafios.

No meio desses desafios surgem outros, como por exemplo, o de continuar sendo pastor, em uma sociedade que não tem como característica a busca pelo divino, em uma sociedade que é caracterizada pela busca da espiritualidade fora de Deus. A banalização e secularização do sagrado fazem com que as pessoas não valorizem o ministério como algo que acontece por vocação e sim por ambição. Ser pastor, não traz mais cunho de vocação, mas de uma oportunidade para sucesso e fama no meio “gospel”.

A maior desilusão é quando encontramos pastores que abdicaram da verdadeira vocação para com o rebanho de Deus, e passaram a apascentarem a si mesmos. Sim, pastores que fazem das igrejas extensão de si mesmos, onde o apascentar o rebanho de Deus, tornou-se secundário. Isso não é novo, na verdade é uma problemática antiga que contribuiu para o desmoronamento do sistema religioso de Israel, a voz de Deus pôde ser ouvida através do profeta Ezequiel no cativeiro Babilônico que disse: “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?” (Ez 34.2).

Nos tempos onde as crises alçavam altos picos, em um ambiente fértil que germinava nas pessoas a busca pelos seus próprios interesses, o profeta denúncia esse mesmo sentimento no coração dos pastores que haviam abandonado o rebanho e estavam apascentando a si mesmos.

Características dos pastores de si mesmos

O assunto não pode ser tratado de forma simplista, mesmo porque existem muitos pontos a serem considerados, porém, quero destacar aqui pelo menos quatro características que identificam pastores que inclinam-se a apascentar-se a si mesmos.

1. Se preocupam apenas com si mesmos. Existe uma linha muito tênue entre “cuida-te de ti mesmo” e apascentar a si mesmo. Porque a necessidade do cuidado pessoal para a vida é obrigação do obreiro, existem várias exortações bíblicas que nos apontam para esse cuidado, Paulo disse a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” (I Tm 4.16), porém, não podemos fazer uma coisa como desculpa para abandonar outra. Há pastores que se preocupam em engodarem-se as custas do rebanho, sem critério algum, causando estragos sem precedentes. É um fato muito triste ver como alguns rebanhos são subjugados e extorquidos, em lugares onde se mercadejam as bênçãos de Deus.

Ultimamente temos visto grandes exemplos através dos pastores midiáticos que tem explorado o rebanho de Cristo sem o mínimo de misericórdia, alimentando seus egos e seus projetos “megalomaníacos”.

2. Abandonam o rebanho. Uma das coisas mais tristes que há é ver como os rebanhos estão abandonados, perdidos e desorientados. Rebanhos sem pastores, rebanhos que são levados de um lado para o outro por ventos de doutrina, buscando algo que possa saciar sua alma, pois os pastores estão demasiadamente ocupados e não podem atendê-los. Jesus lamentou sobre a condição do rebanho de Israel que tinha uma religião bem resolvida e que gozava de certo status junto ao império, quando disse: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36).

Muitas pessoas literalmente abandonadas e aflitas. Muitas vezes, porque a ocupação que parece ser demasiada, nada mais é do que necessidade de parecer importante. Eugene Peterson diz o seguinte:

“Que maneira melhor do que ser ocupado? As horas incríveis, os horários cheios,
e as pesadas demandas no meu tempo provam para mim mesmo – e para todos que
observarem que sou importante”.2

O trabalho pastoral vai muito além dos cultos de domingos, as necessidades são alarmantes, urgentes e imediatas.

3. Usam o rebanho como meio para fins. O rebanho de Cristo é o fim em si mesmo, porque foi por pessoas de todas as tribos, raças e nações que Jesus morreu na cruz e não por projetos que aparentemente viabilizam o alcance de “almas”. Precisamos analisar com temor e tremor as palavras do apóstolo Pedro: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição [...]também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme” (II Pe 2.1,3). Infelizmente muitos pastores vêem o rebanho como clientes e não como ovelhas, pessoas que buscam O Caminho, e simplesmente, dissimulam a verdade. Uma ocasião um seminarista me perguntou qual era a diferença da administração de uma empresa para administração de uma igreja, e eu respondi com poucas palavras: - “Administrar uma empresa é ver as pessoas como um meio para se chegar a um fim, que é o lucro. E, administrar uma igreja é enxergar as pessoas como o fim em si mesmo”. Porque foi por nós que Jesus morreu. Por isso, devemos usar todas estruturas envolvidas para que vidas sejam alcançadas e trazidas aos pés do Bispo das nossas almas, Jesus.

4. Vivem do rebanho, mas não cuidam do rebanho. Muitos ainda esbarram em uma pergunta antiga: O pastor deve ser remunerado? Acredito que a Bíblia tenha respostas claras para essa questão e reforçando a idéia que sim (I Co 9; II Tm 2.6,7). Mas o fato é que, se vivem assalariados pela obra, devem viver para a obra. E que obra é essa? Cuidar verdadeiramente do rebanho. O Profeta Ezequiel novamente aparece no cenário com a exortação: “Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” ( Ez 34.3).

Infelizmente há pastores que evocam para si direitos especiais, mas que por outro lado não cumprem com o dever, o de apascentar o rebanho de Deus.

Desenvolvendo a vocação com autenticidade

Em tempos assim, é difícil de se identificar qual o modelo de pastor a seguir. Falta-nos referenciais e exemplos a serem seguidos. Pois, hoje, é preciso uma renovação de entendimento para que venhamos a sair da masmorra secularizada em que está mergulhada a nossa geração. Como superar esse momento e reformular em algum nível, alguns modelos pastorais existentes em nossos dias? Como pregando a outros, nós mesmos não venhamos ser reprovados no exercício pastoral?

Em primeiro lugar, é necessário ter em mente que o rebanho é de Cristo. Há uma certa tendência dos pastores sentirem-se donos dos rebanhos, e querer usufruir desse direito para fazer o que bem entender. O escritor Colin S. Smith diz o seguinte:

“...O uso do nome de Deus por líderes espirituais com o intuito de confirmar as
próprias idéias é pura exploração e torna-se uma forma de chantagem espiritual.
É uma ofensa contra Deus e um pecado que ele não considera superficial” .

Essa é uma tendência que escamoteia o rebanho e leva apodera-se do mesmo. Porém, quando lembramos a nós mesmos que o rebanho é de Cristo, a noção muda, o ministério e a vocação tomam outro significado. O apóstolo Pedro diz: “pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (I Pe 5.2,3). O rebanho foi confiado pelo próprio Jesus Cristo, e jamais podemos querer apropriar-nos dele. Cristo é o Bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Nós podemos construir a infra-estrutura, mas as pessoas, continuam sendo do “...Bispo e Pastor das vossas almas” ( I Pe 2.25).

Em segundo lugar, é preciso desenvolver a chamada por vocação. Poucos pastores têm a certeza da vocação. Muitos foram lançados na arena e deixados ao leu, sem estrutura ou convicção da própria chamada. Outros são abandonados à própria sorte, tendo que lutar, muitas vezes sozinho com dificuldades existenciais esmagadoras. Infelizmente tem crescido o número de pastores que cometem suicídio e que tem desistido de tudo, do chamado e até mesmo da vida. O apóstolo Paulo sabia que para pregar o Evangelho de Cristo e pastorear o rebanho de Deus, tinha que ser vocacionado, e por isso, afirmou dizendo: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24).

O apóstolo Pedro parou de hesitar em seguir a Jesus e entender qual era sua vocação, não apenas depois do Pentecostes, mas depois que Jesus mirou os seus olhos, e lhe pediu a maior prova de amor que ele poderia demonstrar que era: “apascentando o seu rebanho” (Jo 21.15-17). Um chamado à vocação.

A vocação para o ministério não envolve fracasso profissional em dimensões seculares, projeção publica através do ministério e do rebanho. Não! Mas sim, uma vida de entrega a Jesus, tendo plena convicção que o seu chamado não foi dado pelos homens e sim pelo próprio Jesus, que deu uns também para pastores “...tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos” (Ef 4.12). Tenha consciência que os profetas, apóstolos, bispos, presbíteros e pastores que a Bíblia Sagrada menciona, superaram os mais diversos obstáculos, porque eles sabiam em quem estavam crendo. Para eles, viver era atender a vocação que Deus os confiou, de maneira que de alguns deles, o escritor aos Hebreus confirma: “homens dos quais o mundo não era digno...” (Hb 11.38).

Em terceiro lugar, deve considerar que um dia será chamado à prestação de contas. Nenhum pastor pode ignorar essa verdade, seremos chamados à prestação de contas do rebanho que nos foi confiado. O escritor aos Hebreus diz: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”. (Hb 13.17). Já vi muitos pastores fazendo menção desse versículo apenas para exigir submissão e obediência, porém, esquecendo-se que, não passa desapercebido o texto que diz: “...como quem deve prestar contas...”. Essa é uma responsabilidade unânime no ministério pastoral, e que deve ser encarada com zelo e com amor. Foi com essa consciência que o apóstolo Paulo afirmou para os Tessalonicenses que tinha agido como uma mãe e como um pai com a igreja (I Ts 2.7,11).

Por último, é preciso dessecularizar o ministério pastoral. Todos nós sabemos que o ministério pastoral é um oficio espiritual, mas nesse mundo secularizado de hoje, onde muitas pessoas não conseguem enxergar além de uma visão materialista e ultrajante em todas as dimensões, precisamos lembrar que o mesmo Jesus que nos chamou para apascentar, nos chamou para o fazer por uma dádiva espiritual e não secularizada. Todos os instrumentos que utilizamos para o progresso do Evangelho são de grande importância, mas nada pode substituir a cruz de Cristo, de onde vem toda fonte de amor, dedicação sacrificial, entrega e devoção à chamada para apascentar. Precisamos de pastores que realmente conheçam o coração de Deus, como diz a Bíblia Sagrada: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15).

Pastores estereotipados de "executivos" e de “super ungidos” são desnecessários para o rebanho. Um pastor precisa ser gente como seu rebanho, no mesmo arquétipo do próprio Cristo, vivendo como nós, passando a ser um de nós, sem negar a sua essência humana. Já ouvi de pastores que não se misturam com seus rebanhos para não parecer um deles. Isso é um fracasso no ministério pastoral, porque nenhuma liderança que é imposta por ostentação, por falsa impressão será valorizada. Podem até lhe aplaudir, mas no fundo saberão, que não passa de elucubrações humanas.

Que a chamada pastoral seja mais valorizada e que possamos nos aventurar em caminhar nos dedicando à fundo na chamada e na vocação que o Senhor nos tem confiado, atendendo a vocação de apascentar o rebanho de Deus e alcançando respeito diante dos homens como afirmou o apóstolo Paulo: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (I Co 4.1).

Paz seja convosco!

Fonte & autor: André Santos
Via: Emeurgência

2.8.10

Porque os reis andam nus


Rubinho Pirola


Como na parábola que nos contavam quando crianças, os reis continuam nus.


Reis, como os que estão investidos de autoridade, ou da presunção de, com seguidores e subalternos.
É difícil para quem está por cima, ouvir com ouvidos de se ouvir, os que estão em outro patamar, mesmo que seja só no juízo desse superior. Vale a ideia do"quanto mais alto, mais distante para se ouvir".
Há o pressuposto no coração do "superior", a premissa que é inatingível, que é infalível ou, se o é, não é tão fácil assim de isso vir a acontecer, a não ser por uma hipotética e distante possibilidade, imaginam eles.
Eu me tenho cansado de tentar corrigir, ou argumentar ou sequer, chamar a atenção de alguns, mesmo que muito amados. Deve ser isso, precisamente o que se passa no coração de Deus, ao lidar com esses.
Há um tempo atrás, querendo eu escrever a um amado pastor e chamar a sua atenção - com muito cuidado para não me arvorar em alguém maior, mas com a sinceridade de quem ama e vê o amigo naufragar, fui alertado por outro, a quem compartilhei o peso de tão grande tarefa. que não devia fazê-lo. "Nem tente sequer, Rubinho. Ele anda tão alto em si mesmo, que ainda há de zangar-se com você e nem vai chegar ao meio do escrito, quanto mais refletir sobre isso. Simplesmente ore por ele", disse-me.
E assim fiz.
O rei, nú, bebe da verdade que "nada é pior que o sucesso, pra além da aparência dele". Por terem esses, o bilau pequeno, sei lá..., recusam-se a enxergar a verdade (Freud explica...)
Ao portarem assim, crêem cuidar da reputação - o que deles se pode enxergar - descuidando daquilo que os anjos, e os céus dizem a seu respeito.
Achamos que temos, que somos, que estamos (e não nos falta sempre aqueles para nos lembrar disso) e os nossos ouvidos fecham-se em si mesmos. E todos continuam a assistir o, cada dia mais, patético desfile de alguém vestido por uma roupa tecida de vaidade, narcisismo ou de bajulação e endeusamento, feito por costureiros da idolatria.
Se esse lacre está na baixa qualidade (intelectual, cultural, até bíblica) dos subalternos, qualquer argumento, por mais idiota e falso que seja, vale.
Se ele está na qualidade - muito superior - de raciocínio e verborragia - do rei, vende-se até, como dizemos em Minas, "rancho-pegando-fogo". O problema é que, depois de um tempo de discussão - quase sempre acalorada - mesmo que todos acabam por concordar com o rei, nu ainda, o que resta é um amargo gosto de manipulação e de terem sido usados, ainda que todos tenham acabado por concordar pelo esgotar dos argumentos.
Os reis continuam nus. A mídia, o poder público, os políticos, os doutores de toda espécie, os pais, maridos, esposas, filhos rebeldes, os pastores (os apóstolos, ai,... os apóstolos...) e até os amigos, empoleirados no alto dos seus orgulhos-feitos-roupa-sob-medida.
Mas há um preço terrível por andar-se nu, para além da própria vergonha. Há a visão implacável do Justo Juiz, diante da qual, homem algum consegue esconder-se.
Em Romanos no capítulo 1, Paulo discorre com veemência contra os reis. Contra aqueles que teimam em andar desnudos. Deus os entrega às suas insistentes vontades de andarem assim.
E o preço está lá: a própria destruição.
E destes, o Onipresente Deus passa longe.
Peço a Deus que nunca me faltem os amigos. Os sinceros e corajosos. E que ainda nem precisem de tanta força assim para dizer o que tenho de ouvir.
Mas que não me falte também, o mesmo coração de Davi, um rei que, nu, ao ouvir de um subalterno a correção (ainda que à custa de uma parábola sobre um vizinho assassino e ladrão), não hesitou em dizer (e assumir): "este, sou eu".
E foi chamado pelo alto de "Homem segundo o coração de Deus"!
"Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito." Salmos 34:18

Leia Mais em: Porque os reis andam nus

26.7.10

Manda quem quer, obedece quem não tem discernimento Bíblico...

Ruben Jump
Lembro-me quando pela primeira vez entrei em uma comunidade neopentecostal para freqüentá-la. O primeiro livro recomendado para ler foi: “Autoridade Espiritual” de Watchman Nee – Nee era um servo de Deus, mas exagerou em alguns pontos bíblicos. Ele chegou a dizer que se você desobedecesse ao líder espiritual é como desobedecer ao próprio Deus! - Isso coloca o líder em um pedestal que ele não está. Na ocasião, não suspeitei que estava sendo “doutrinado” como um soldadinho de chumbo. Achei que era certo obedecer ao líder religioso cegamente. Qualquer questionamento, mesmo bíblico, seria considerado rebeldia. Até para casar ou ir ao banheiro, você deveria prestar contas ao líder-Pastor, Discipulador, Bispo, Apóstolo e etc. Você ouvia a ameaça: “Se você não concorda com a visão a porta está aberta!”.


Como resultado desse ensino, o que observei acontecer foi o aparecimento de aberrações anti-bíblicas e extra-bíblicas:

• Cobertura espiritual (Nossa cobertura é Cristo);

• Infantilização das pessoas (A pessoa não é ela mesma);

• Clonagem e despersonalização (Todo mundo fala e veste igual ao líder);

• Autoritarismo (Arrogância, Tirania e Abuso espiritual);

• Mau uso e distorção bíblica (versículos fora de contexto sem considerar o todo);

• Aparecimento das figuras totêmicas (O líder sagrado e num pedestal);

• Por fim, muitas pessoas feridas e decepcionadas.


Toda autoridade legítima vem de Deus. Façamos a pergunta óbvia: “Como Deus usa Sua autoridade e poder?” ou melhor “Como o Deus feito carne – Jesus – usou sua autoridade?” “Como ele recomendou que nós fizéssemos? Como ele a exerceu? Encontramos Jesus fazendo abuso dela? Ele esmagou os discípulos? Afora uma repreensão ocasional e severa, ele os tratou com ternura, respeito e deixou que eles fossem eles mesmos sem violar a personalidade deles. Jesus até perguntou aos discípulos:”Mas vós, quem dizeis que eu sou?”(Mat.16:15).Qual o líder que tem coragem de perguntar aos subordinados:”Qual a opinião que vocês têm a meu respeito?”

Jesus demonstrou sua autoridade humildemente assumindo o papel de servo. “...Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. NÃO É ASSIM ENTRE VÓS; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva...”(Mateus.20:25-28.v.t.Romanos.13)

Paulo mostra em Gálatas.2:11-21 que a VERDADE desconsidera cargo, posição ou título na igreja de Cristo. Paulo confrontou Pedro na cara! Pedro estava agindo com hipocrisia e dissimulação para com a verdade do evangelho. Assim também nós, como bereianos, devemos confrontar todo desvio da verdade que ocorra no meio cristão, sendo biblicamente corretos, não politicamente corretos. Os líderes da igreja estão sob a autoridade de Jesus – o Supremo Pastor – e da Escritura. Sua autoridade delegada não deve jamais ser por coerção, domínio ou manipulação da verdade bíblica(I Pedro.5:1-4).

Em Graça sem Tendas para o Genizah

Fontes: http://www.genizahvirtual.com/2010/07/manda-quem-quer-obedece-quem-nao-tem.html#ixzz0un0ZgIir e http://gracasemtendas.blogspot.com/

28.4.10

"Jovem que frequentava universal mata pai e mãe por dívida de dízimo!" - Aonde iremos parar? Até onde a maldita "Teologia da Prosperidade" irá levar os "crentes" incautos e desinformados? O que mais falta acontecer para certos "irmãos" acordarem para a realidade da mensagem do verdadeiro evangelho?

Frequentadora de uma igreja evangélica, Lineusa Rodrigues da Silva, de 24 anos, matou os pais como uma machadinha porque eles não deram o dinheiro do dízimo. O crime, cometido no último domingo, chocou a cidade de Timon, no Maranhão.

O inferno é mesmo pavimentado com boas intenções. De tanto que queria pagar o dízimo à sua igreja, Lineusa matou os pais adotivos a golpes de machadada. Joana Borges da Silva, 104 anos, que mal se levantava da cama, e Lourival Rodrigues da Silva, 84, tiveram as mãos esquartejadas com um serrote e foram seguidamente golpeados com um pedaço de pau.

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A jovem foi encontrada pela polícia depois de receber ligações dos vizinhos que ouviram barulhos estranhos durante a noite. Ela confessou o crime e relatou os detalhes dos assassinatos. A delegada da Central de Flagrantes de Timon, Wládia Holanda da Silva, disse que os corpos ficaram totalmente irreconhecíveis. “Em toda a minha experiência como delegada nunca tinha visto nada parecido”, disse ela ao MeioNorte.com.

Lineusa acumulou dívidas de dízimo junto ao pastor da igreja que frequentava, e justificou os assassinatos pela religião. “Eu fiz por Deus”, disse a estudante, que chegou a se ajoelhar na delegacia.

Adotada com cinco meses pelo casal, Lineusa vinha discutindo com os pais adotivos há algum tempo, segundo informou a filha do casal assassinado, Francisca Oliveira da Cruz. Ela também contou que Lineusa tem histórico de problemas mentais.

Não dá para saber quem fez pior, a assassina, que foi levada a cometer um crime em nome do fanatismo religioso, ou do pastor que, sabendo da condição da jovem, fazia qualquer tipo de cobrança.


26.4.10

A Cracolândia vai virar Cristolândia



Conheça algumas das missões evangélicas atuando na Cracolândia. Ali crentes têm enfrentado grandes desafios. Os relatos a seguir emocionam.

Localizada no centro de São Paulo, a Cracolândia é uma ferida aberta a revelar o terror do universo dos drogados no estado mais bruto. Em alguns pontos, os viciados tomam completamente o espaço público, calçadas e ruas, chegando a dificultar o trânsito de carros. O vai e vem é interminável. Diante do quadro de penúria dos corpos mutilados pelo crack, tem-se a impressão de estar diante de zumbis. A droga descola as pessoas da realidade. Luz ou noite, tudo igual. Passam dias sem comer ou dormir. O pouco que resta do raciocínio é totalmente devotado ao esforço de obter mais droga.

Furto, prostituição, mendicância. Tudo gira em torno da droga. O mundo prefere pensar que a este local não existe. Mas existe. É a realidade de milhares. Presos em uma armadilha de onde não se sai sozinho e a ajuda é escassa. O estado não assume a tarefa e esta é uma missão que poucos crentes têm a coragem e o preparo para enfrentar.

Na mente dos missionários atuando no local está a certeza de que esta é a vontade do Senhor, pois foi em cenários parecidos que Jesus atuou quando cruzou os limites das colônias de leprosos e das áreas marginalizadas durante Seu tempo entre nós.



Raspa do chifre do diabo

O Crack é um subproduto da Cocaína que até a última década era descartado devido a sua toxidade extremada até para os padrões dos traficantes. Atualmente, a droga é largamente vendida e é fumada em cachimbos improvisados. O Crack é uma droga poderosa que consome o físico e a mente e mata a maioria dos usuários em pouco tempo. O seu baixo preço a faz a droga dos mais pobres e marginalizados.

Alguns especialistas dizem que devido ao baixíssimo nível sócio-econômico do consumidor de crack e, consequentemente, a sua pouca expressão social, falta vontade política às autoridades para tomarem providências efetivas. Até mesmo o combate ao comércio da droga, não parece gerar interesse no poder público, como ocorre quando se trata de combater crimes de maior visibilidade.

As iniciativas do poder público no sentido de abordar a questão não passam da retórica. Quem tem feito a diferença são os cristãos evangélicos atuando no local. Já há vários grupos trabalhando na área e estão obtendo bons resultados em prol da vida e do Reino.

Um dos projetos no local desde o início de 2009 é o Radicais Brasil da Junta de Missões Nacionais, dos Batistas. Liderados pelo casal de missionários Humberto e Soraya Machado, o grupo circulou entre becos e favelas da capital, mostrando aos marginalizados que há esperança, apesar das circunstâncias.

Caminhar lado a lado com a população de rua, demonstrando interesse por suas vidas foi essencial para que o projeto se desenvolvesse. Logo nas primeiras ações, os Radicais presentearam com um par de muletas uma moradora de rua – grávida de sete meses e com uma fratura na perna, já que a sua havia sido roubada. “Ela chorava muito, e nós, que estávamos ali naquele momento, tínhamos que dar uma solução. Oramos, conversei com ela e pedi que me aguardasse. Voltaríamos com a resposta. Era desafiador… a garota não tinha como sair daquele lugar”, explicou Soraya. Mais tarde, a solução: um novo par de muletas. Daí por diante a confiança estava estabelecida. Ouviam-se dos marginalizados comentários do tipo: “Eles são sérios e fazem um excelente trabalho… eles são de Deus!”.

Os frutos que surgem precisam de um acompanhamento diário, sendo, em sua maioria, encaminhados para casas de recuperação, onde também recebem o discipulado. No trabalho com marginalizados, não basta retirar as pessoas das ruas. É necessário alcançar o foco do problema. Por isso, foi preciso alargar a tenda, alcançando também a Comunidade do Moinho, local de onde vem grande parte das drogas consumidas na Cracolândia. Paralelamente ao trabalho espiritual, os Radicais realizam atendimentos sociais, tais como cortes de cabelo, orientações médicas e atendimento diferenciado às crianças. Como resultado desse período de atuação, algumas famílias já se decidiram por Cristo.


O testemunho de G

Um dos frutos gerados na Cracolândia é a jovem G. Em julho de 2009, soube da atuação dos Radicais e decidiu procurá-los a fim de encontrar libertação. Apesar de tímida, contou que havia deixado a Bahia após algumas desavenças familiares. Chegando a São Paulo, se virou como pôde para se alimentar e conseguir abrigo. No crack viu a forma mais barata para fugir dos problemas, mas o que não sabia era que essa viagem custaria nada menos que anos de vida. Contou que tinha uma filha, que era cuidada por uma amiga. Quando dava, fazia uma breve visita para controlar a saudade, mas a tentação das drogas falava mais alto, fazendo-a retornar às ruas. Felizmente, após ser encaminhada para uma casa de recuperação, G. encontrou um novo caminho e, no dia 27 de Dezembro de 2009, confirmou sua decisão por Cristo, descendo às águas batismais na Primeira Igreja Batista de São Paulo (igreja que dá o apoio logístico e institucional ao projeto). A emoção foi grande e a certeza de se estar no caminho certo ainda maior.



Projeto Retorno (Igreja Quadrangular) e Missão Cena

Outra missão dando muitos frutos para o Reino no local é o Projeto Retorno, com muita experiência em ações com tribos urbanas. O casal responsável pelo ministério na Cracolândia é o Pr. Jair e a esposa Nildes Nery, que, em uma atitude ousada, se mudaram com as filhas Talita e Lais da Bahia para São Paulo encarando o desafio proposto pela Igreja do Evangelho Quadrangular. Hoje eles não somente trabalham, mas também moram no coração da Cracolândia, arriscando a própria segurança e esquecendo a própria comodidade pelo Reino na vida dos usuários de crack. Além da missão junto aos viciados, o casal também atua coordenando a ações de dezenas de jovens em prol da cidadania de homossexuais e prostitutas atuando na área.

A Missão Cena é outra missão atuando na área. Esta turma do bem coopera para os serviços básicos da população local oferecendo meios de higiene pessoal, assistência médica, roupas, alimentação, cursos e atividades interativas, como danças, artesanatos, capoeira e outras.

“Agora que vi, sou responsável”

Thaís Chioqueti conta como foi sua primeira experiência no local: Um dos jovens da igreja sugeriu um programa diferente para nossa reunião e programou uma “visitinha” ao local para distribuirmos comida. Compramos 300 hot-dogs e juntamos 30 jovens em um sábado à noite. Não deu nem pro cheiro... Saímos do espaço da Missão Cena, todo mundo feliz e alegre, com os celulares devidamente escondidos nos bolsos, bandejas e mais bandejas com lanches e garrafas de suco. Depois de uns cinco minutos de caminhada viramos uma esquina. Naquele momento as 30 pessoas com lanches foram literalmente engolidas por uma multidão de – sem exageros – umas 500 pessoas moradoras de rua, profundamente drogadas, bêbadas, sujas e o que mais você imaginar. Foi um soco no estômago. O inferno existe mesmo e fica ali na Cracolândia, com certeza. Os 300 lanches acabaram em cinco minutos, muita gente ficou sem. É incrível imaginar como aquele mar de gente vive ali, todas as noites... ex-psicólogos, ex-universitários, ex-advogados e também ex-pastores. Os que não estavam “lesados” demais conversavam com a gente e naquele momento vimos como os vícios e os prazeres da carne roubam a identidade das pessoas. Ninguém era alguém lá. Todo mundo era escravo da droga e fim. Foi um baque para o grupo todo. O mais incrível é perceber que a maior transformação aconteceu dentro de mim. É como aquela música da Brooke Fraser que diz: “Now that I have seen, I am responsible” (“Agora que vi, sou responsável”). Deus me lembrou o quanto Ele é misericordioso comigo e o que Ele espera de mim com relação a seus outros “filhinhos”.



E quem mais pode ajudar

Há outros grupos de evangélicos atuando na área, em maior número do que este espaço nos permite honrar. Se o poder público não quer despender esforços no resgate destas vidas, ou mesmo não acredita que tais vidas possam ser resgatadas, há quem pense diferente. Um grupo valoroso de evangélicos brasileiros vive a certeza de que o esforço compensa. Nossa gente sabe que não existe droga que não se consiga vencer pelo Sangue de Jesus! A mentira do Crack é apenas mais uma causa derrotada do inimigo. Em Jesus, os crentes irão transformar, em pouco tempo, a Cracolândia em Cristolãndia, para a honra e glória de Quem nos sustenta.

Provérbios 23:32-25 No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. E serás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei?…



MISSÕES NACIONAIS - RADICAL BRASIL

Em 2010, o projeto mantém suas atividades na Cracolândia paulista, mas com uma nova equipe que dará prosseguimento ao trabalho iniciado em julho de 2009. Além desse objetivo, o Radical 2010 vem com um novo desafio: atuar entre os marginalizados da cidade do Rio de Janeiro.



PROJETO RETORNO

R. Conselheiro Nebias, 335
Fone 11-3337164



A MISSÃO CENA
R. Gen. Couto de Magalhães, 280
01212 – 030 - São Paulo, SP
Fone 11-3331-4471

Casa Família
Fone 11-4991-6650
Fazenda Nova Aurora
Fone 11-4682-1645





Colaboraram com os textos originais:

Andre Herdy Mantenedor da Fé, Missões nacionais e Thaís Chioqueti.


Fotografias (Capa e P&Bs):

Marco Gomes Visite o album no FLIKr


Fotografias (cor):

Missão Nacional


Redação:

Danilo Fernandes




22.4.10

Polêmico Caio Fábio dá sua opinião sobre Davi Silva e seu arrependimento

22 / abril / 2010 - 9:02

O pastor Caio Fábio, líder da Igreja Caminho da Graça, fala sobre Davi Silva e sua confissão de mentiras sobre testemunhos e pregações do Ministério Casa de Davi. Segue abaixo texto retirado na integra do site do Caio Fábio.

” Nunca antes de hoje eu ouvira falar de Davi Silva; e do Ministério Casa de Davi ouvira umas poucas vezes; de tão longe que me pus de toda essa salada evangélica.

Então, hoje, depois de ficar três meses sem abrir os e-mails, recebi inúmeros links para ver um homem grande, com algum sotaque americano no fundo da fala, e, ao seu lado, um homem magrinho; ambos liam algo, um texto de confissão num teleprompter…

O homem grande falava da centralidade do arrependimento para que venha o reino de Deus…

Depois passou a palavra o homem/magro, chamado Davi…

Davi disse que mentia muito; que fazia assim desde menino; que já fora flagrado antes; mas que agora [insinuando um grande flagrante], aproveitava a oportunidade para se curar e confessar como inventava testemunhos ou os tornava evangelásticos ao extremo…

Pelo que percebi o tal ministério vive de contar histórias, e, quem sabe, também estórias…

Vi também que o grande temor deles [senti que havia também uma vontade sincera em algumas falas do homem grande] — é que o “ministério” sofra com o escândalo das mentiras do Davi.

Assim, mesmo sem nada deles saber [...] vi que lá tudo é fundado em testemunhos de milagres e nas experiências místicas; o que, pela ênfase, invariavelmente leva ao misticismo…

Notei também que eles vivem de “Seminários” e de venda de CDs de “louvores” e de “testemunhos” de milagres…

Daí a angustia ministerial do homem grande quanto a que não se parasse de comprar os testemunhos e os CDs; mesmo os do Davi; e mais: que em breve se fará uma limpa nos CDs a fim de que fiquem somente os testemunhos sem mentira…

Meu Deus!

Lá estava o Davi!… Que para ser curado teve que fazer uma confissão que ele só fez por ser flagrado!…

Pra quê?

Por que apenas não tirar os tais CDs do “mercado”?…

Por que apenas não confessar aos implicados?…

Por que ter que fazer um vídeo?…

Por que insistir na confissão para depois pedir que não deixem de convidar o ministério para viajar levando os Seminários e os CDs?…

Por que apenas não tratar o Davi na intimidade, enquanto alguém apenas contava o que estava acontecendo?… E isso sem depois dizer para continuarem a convidá-los para testemunhar?…

Por que apenas não reconhecer que Jesus não era testemunheiro e que nem tampouco essa é ênfase do Evangelho?

Por que testemunhar curas e milagres e não apenas a Palavra que não mente?

É impossível que se viva de histórias sem que não se caia nas estórias!…

Quem vive de história e estórias é novela…

O Evangelho é testemunho do poder de Deus que fala de si mesmo; e que não precisa de propaganda…

Esses testemunhos quase nunca são testemunhos da Palavra; sendo na maior parte das vezes apenas Propaganda Enganosa de Jesus…

Quando Deus faz, todos vêem!

Daí Jesus nunca mandar que se saísse por aí contando histórias de milagres…

O Evangelho é o milagre e o testemunho!

O resto pode ser História, história ou estória…

História é o poder de tornar versões em fatos…; história é a versão de um homem ou de alguns; e estória é a versão imaginada ou desejada…

A única História que existe [...] não é a História do Homem [que é cheia de versões criadas pelos poderes prevalentes], mas sim a do Filho do Homem!

Espero que o Davi Silva deixe esse ministério testemunheiro, e que viva do Testemunho do Evangelho, e não de casos e de causos…

O Grande Arrependimento que espero que os visite é aquele que daria o fruto de fazê-los deixarem as histórias e viverem para Pregar apenas o que Jesus fez e ensinou!

O resto acontece de passagem… Mas se for o fundamento da pregação [...] será o fundamento da perversão…

Nele, que nunca nos mandou nada além Dele mesmo, e do que Ele fez e ensinou, ainda que em nossas vidas Ele seja poderoso todos os dias, Caio Fábio.



Fonte: Ogalileo / Gospel Prime - http://www.gospelprime.com.br/polemico-caio-fabio-da-sua-opiniao-sobre-davi-silva-e-seu-arrependimento/

15.3.10

A Segunda Vinda de Cristo no Último Dia

“Porém, a respeito DAQUELE DIA e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente o Pai”(Mt.24:36).

A partir do verso 36 de Mateus 24, Jesus fala acerca de Sua Vinda no último dia, para julgar os vivos e os mortos. Do verso 1 ao verso 35, Jesus trata do juízo de Deus sobre Israel, e isso pode ser comprovado pelo uso da expressão “naqueles dias”, e pela afirmação de que tudo aquilo aconteceria ainda naquela geração. Entretanto, ao chegar ao verso 36, Jesus entra em um novo assunto. Jesus já não estava falando “daqueles dias”, em sim acerca “daquele dia”, quando Ele vier para estabelecer o Juízo Final.

Convém ressaltarmos que Jesus só desconhecia o dia de Sua Vinda pelo simples fato de ter se esvaziado de Sua glória original durante o tempo de Sua encarnação, porém, uma vez tendo sido entronizado, seria ridículo afirmar que Ele continua ignorando o dia de Seu retorno.

“Quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. Todas as nações se reunirão diante dele, e ele apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas” (Mt.25:31-32).

Esta passagem encontra seu paralelo em Apocalipse 20:11-15:

“Então vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele. Da presença dele fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se livros. Abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o além deram os mortos que neles havia, e foram julgados cada um segundo as suas obras. Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.”

O que é que Jesus virá fazer na terra em Sua segunda vinda? Será que Ele virá para estabelecer Seu reino, como afirmam alguns? Absolutamente. Isso Ele já fez em Sua primeira vinda. Agora Ele virá para julgar os vivos e os mortos. Ao discursar em Cesaréia, na casa de Cornélio, Pedro testificou: “Ele nos mandou pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (At.10:42). Paulo endossa: “Mas Deus, não levando em conta o tempo da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se arrependam. Pois determinou UM DIA que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou. Ele disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At.17:30-31).

Como podemos ver, Ele não vem estabelecer o Seu reino, pois o mesmo já está estabelecido na terra desde que Ele aqui esteve pela primeira vez. Da próxima vez que vier, Seu propósito será o de trazer juízo sobre a terra.


Critérios do Juízo

E quais serão os critérios desse julgamento?

Eis um terreno minado! Muitos não conseguem compreender os critérios que Cristo usará no Juízo Final. Basta uma leitura superficial de Mateus 25, a partir do verso 31 e conclui-se que Deus julgará os homens tendo por base as suas obras. De acordo com o texto, Ele dará boas vindas aos que estiverem à Sua direita, e apresentará as razões pelas quais eles são bem-vindos às benesses do Reino Celestial: “Pois tive fome, e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estavas nu, e me vestistes; estive enfermo, e me visitastes; preso e fostes ver-me” (vs.35-36). Ao ser indagado pelos justos acerca de quando tudo isso havia acontecido, Jesus dirá: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (v.40).

Quanto aos ímpios, eles serão acusados de não terem praticado as mesmas obras, e por isso, serão tidos por dignos da condenação eterna. Jesus conclui Seu sermão dizendo: “E irão estes para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (v.46).

Há ainda muitas passagens que comprovam que as bases do juízo serão as obras praticadas em vida. Por exemplo, em Mateus 16:27 lemos: “Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um segundo as suas obras.”


E quanto a Paulo? O que diz o Apóstolo que ensinava a justificação pela fé, à parte das obras?

“Deus recompensará a cada um segundo as suas obras: Dará a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, honra e incorrupção. Mas indignação e ira aos que são contenciosos, e desobedientes à verdade, e obedientes à iniqüidade (...) Isto sucederá no dia em que Deus há de julgar os segredos homens, por meio de Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.” Romanos 2:6-8,16.

O que houve com Paulo, afinal? Não é nesta mesma epístola que ele diz que ninguém será justificado diante de Deus pelas obras (veja Rm.3:20)? Terá Paulo cometido um contra-senso? Óbvio que não! É justamente aqui que os escritos de Paulo e de Tiago se reconciliam. Paulo não ensinava uma “graça barata” como é ensinada hoje em alguns púlpitos. Ele defendia acirradamente que o crente é justificado pela fé somente. É mediante essa fé que temos paz com Deus, e somos aceitos em Sua presença. É também por ela que recebemos a justiça de Cristo em nossa conta, e sabemos que os nossos pecados recaíram sobre Ele na cruz. Tudo isso é pela fé! Não é por obras! Neste exato momento, nossa situação com Deus está acertada. Já não nos resta condenação.

Não obstante, temos que verificar nos textos paulinos que a fé que o apóstolo pregava era uma fé operante. Esta fé não apenas nos faz aceitos aos olhos de Deus, como também produz as boas obras que a justiça de Deus requer de nós. Embora estas obras não sejam a causa da nossa salvação, elas serão a base do juízo de Deus.

A fé nos coloca em Cristo, e a natureza divina que recebemos d'Ele opera em nós as boas obras. É assim que a justiça da lei se cumpre naquele que está em Cristo (Rm.8:4). Se não somos salvos mediante as obras, por quê o juízo de Deus será segundo elas?

Nossas contas com Deus já foram acertadas. Não resta condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus. Ele mesmo afirmou: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo.5:24). Já em outro texto, lemos que “todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co.5:10). Como conciliar as duas afirmações?

Ora, se já passamos da morte para a vida, por quê, então, teremos que estar diante do tribunal de Cristo? Por que teremos de prestar contas de nossas obras?


Quero sugerir duas respostas:

1. Para recebermos os galardões provenientes das obras que praticamos. Embora estas obras sejam frutos do Espírito de Deus, ainda sim, mediante a Sua inefável graça, Deus deseja nos recompensar, apesar de sermos meros instrumentos de Sua justiça.

2. Deus deseja trazer todos diante do Seu tribunal, para que os ímpios jamais possam se queixar de não terem tido um tratamento justo. Há uma diferença entre entrar em juízo, e comparecer ao tribunal. Nós não seremos julgados, mas teremos que comparecer ante o Tribunal de Cristo. Ali ouviremos d'Ele o que o Espírito já tem testificado em nossos corações. Judas nos diz que “o Senhor vem com milhares de seus santos, para fazer juízo contra todos, e para fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram, e de todas as duras palavras que ímpios pecadores contra ele proferiram” (Jd.14-15). Observe que Ele não vem apenas para fazer juízo, mas também para fazer convictos todos os ímpios. Ao assistirem o pronunciamento do justo Juiz àqueles que foram salvos por Sua graça, os ímpios hão de se convencer de que a sentença de Deus para eles será justa, e que a condenação será o destino mais apropriado a eles. Ninguém será condenado sem ter a convicção de que aquela sentença é justa. Não haverá quem possa recorrer da sentença.


Quando se dará o Juízo?

Quando se dará tudo isso? Quando se instaurará o Tribunal de Cristo? Esta pergunta é muito pertinente porque, para alguns, a Igreja será julgada numa instância superior, ao adentrar os portais da glória. Os que defendem tal tese afirmam que a Vinda de Cristo será dividia em duas etapas: O Arrebatamento e o Juízo Final. No Arrebatamento, os crentes em Jesus ressuscitariam e seriam levados ao céu, e lá chegando, seriam submetidos a um Tribunal que visaria apenas recompensá-los. Já no Juízo Final, somente os ímpios e os que se convertessem durante a chamada Grande Tribulação seriam ressuscitados e submetidos a um julgamento que ditaria o seu destino eterno. Esta interpretação carece de uma exegese mais acurada.

A começar pelo fato de não haver na Bíblia distinção entre o dia do Arrebatamento e o do Juízo. Na verdade, trata-se de um mesmo evento que vai acontecer no último dia da história humana. Depois daí, a criação entrará no Estado Eterno.

Em segundo lugar, não há na Bíblia nenhuma base real para se distinguir as ressurreições dos justos e dos ímpios como sendo dois acontecimentos separados por um espaço de tempo. Se for verdade que os justos vão ressuscitar no Arrebatamento, e os ímpios vão ressuscitar sete anos depois, como advogam alguns, então o que dizer da afirmação de Marta: “Eu sei que ressurgirá na ressurreição, no último dia” (Jo.11:24)? Se Lázaro ressuscitaria no último dia, logo, ele não estaria entre aqueles que seriam salvos! Se Marta errou ao afirmar isso, então, por que Jesus não a repreendeu? Porque Ele mesmo ensinara a Marta que todos, justos e ímpios, haveriam de ressuscitar no último dia.


Veja o que o próprio Jesus ensinou:

“Não vos maravilheis disto, pois VEM A HORA em que TODOS os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: Os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição da condenação.”

João 5:28-29.

Jesus não deixou dúvida de que tanto a ressurreição dos justos, quanto a dos ímpios ocorrerão simultaneamente.

Em nosso estudo sobre o Milênio, abordamos de forma mais esmiuçada este assunto, e tratamos daquilo que João chama de primeira e de segunda ressurreição.

A doutrina do Arrebatamento, como é concebida atualmente não possui respaldo bíblico.

O que chamamos de Vinda Secreta de Jesus também não encontra respaldo nas Escrituras. Quando se diz que Ele viria como um ladrão, refere-se ao fator surpresa que envolve a Sua Vinda. Quando Ele vier para julgar os vivos e os mortos, todos os olhos O verão. Definitivamente, não haverá uma vinda secreta, e outra pública como temos ouvido por aí.

Quando escrevia aos crentes de Tessalônica, Paulo diz que “o Senhor descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro” (1 Tess.4:16). É aqui que muita gente se confunde. Se pararmos aí, teremos a impressão de ter ouvido Paulo afirmar que os justos ressurgirão primeiro que os ímpios. Mas não podemos parar aí. O que Paulo está querendo dizer é que nós “os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem” (v.15). Isto quer dizer que, antes de sermos levados às alturas, os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (v.17).

Muitos encontram neste texto a indicação de que ao sermos arrebatados seremos levados para o céu, e lá passaremos sete anos com o Senhor, enquanto o mundo fica entregue nas mãos do anticristo. Esta passagem não fala nada disto ! Nós vamos ao Seu encontro para recebê-lO nas nuvens.

É provável que Paulo tivesse em mente o que acontecia quando o Imperador Romano voltava de uma batalha vitoriosa. Ao se aproximar dos portais da Cidade, o povo saía ao seu encontro para recebê-lo com honras e glórias.

Assim também, quando Jesus, o grande Imperador do Universo despontar no céu, nós e os santos de todas as eras iremos ao Seu encontro para recepcioná-lO, e então, Ele juntamente com todos os Seus santos e anjos pisará nesta Terra, e aqui, estabelecerá o Seu Juízo.

Fonte: http://hermesfernandes.blogspot.com/2010/03/segunda-vinda-de-cristo-no-ultimo-dia.html

10.3.10

CURA DIVINA


O sofrimento do próximo causa-nos dor, e quando o próximo é tão próximo (membro da própria igreja), então choramos com ele e com sua família.

Indigna-nos o fato de que, infelizmente, a mentira continue a ceifar muitos corações e mentes. Essa pergunta sempre surge (somos humanos): "E se levarmos a pessoa até o Apóstolo, será que tal pessoa seria curada?" "E se o arrastarmos até aquela tal igreja, o Senhor o curará?"

É trágico, é terrível, é revoltante o que os falsos profetas fazem acreditar, que o "deus deles" é "poderoso", que "há um deus na vida deles" (e não na nossa), que são "profetas de Deus" (e nós falsos profetas). Se acham poderosos, invencíveis, se consideram super-dotados pelo Espírito Santo, são os espertalhões da boa-fé popular.

Em cada mil fracassos na esperança de cura eles pinçam um que deu certo (e daria certo em qualquer circunstância, fosse em casa, no hospital, no trem ou na igreja, pois na soberania de Deus Ele iria curar tal pessoa), e o transformam em carro-chefe de suas supostas "credenciais apostólicas", de que lá há cura e há "deus". Outros, mais abundantes ainda, "ganham cachês" para exibirem muletas que nunca usaram, cadeiras de rodas de que nunca precisaram, fracassos financeiros e milagres de prosperidade que nunca aconteceram senão em sua suposta "fé".

Valem-se da dor e da miséria da alma dilacerada pela dor e a utilizam como meio de arrecadação de fundos fazendo da tragédia elemento de propaganda e de divulgação de seus ministérios mentirosos e enganadores.

Meu Deus, como é fácil cair em tentação! Como é fácil trocar a verdade por um mísero prato de lentilhas, por um côvado a mais na existência terrena! Como é fácil negar a fé quando o câncer apodrece os ossos de quem amamos, destrói as imunidades de quem tanto prezamos ou ameaça separar-nos das pessoas de quem gostamos!

Eu desafiei, desafio e desafiarei a TODOS os supostos curandeiros, a acompanharem-me ao hospital do câncer, na ala dos terminais, daqueles que já perderam braços, pernas, órgãos internos, visão, fala, audição, cérebro, a curá-los ALI, TODOS, pelo seu suposto dom apostólico. Nenhum deles até hoje aceitou. E jamais aceitará. O hospital de gente quase morta não é palco para suas performances pirotécnicas de feiticeiros evangélicos. Na verdade o que menos importa é o enfermo; o que mais importa é o que a suposta cura gerará: fama, dinheiro, poder, crescimento do império religioso, egolatria, etc.

Deus cura. E como cura! Suas curas são completas e totais, até que nós cumpramos o Seu propósito. Ele o faz quando quer, como e onde quiser, e utiliza quem quiser para realizá-la, desde que a glória seja dEle, pois não reparte Sua glória com mortal nenhum. Aliás, na ECONOMIA de Deus não há necessidade de toalhinhas, copos com água, arruda, sal, varinhas, rosas, pedras, águas de 7 torneiras ou qualquer outra feitiçaria. Deus cura diretamente no objeto da cura. Afinal, o poder é dEle e não do elemento. E o faz para a glória dEle, não para a glória do orador. E se no passado fez lodo da terra, Ele jamais ensinou a orar com lodo, ou se a sombra de apóstolos curava, nunca o foi porque os apóstolos determinaram, e jamais utilizaram-se disso para reinvindicar poderes que não tinham. Aliás, eles também adoeciam (e não se auto-curaram).

Se Deus não quiser curar Ele não curará. Ele é soberano. O texto sobejamente utilizado como "legalidade e exigência total para a cura divina", o famoso "colocar Deus na parede" ("Ele levou sobre si as nossas enfermidades") não serviu para Paulo em sua enfermidade ótica, nem para Timóteo em sua enfermidade estomacal, nem para Eparfrodito em sua fraqueza física e nem para todos os cristãos do primeiro século em suas mortes reais (nenhum teve gozo de perfeita saúde para sempre; doutra forma estariam vivos e sadios até hoje). O texto era (e foi) sinal para o período do Ministério do Messias, que qual pastor amoroso, cuidou de Seu rebanho, tratando de suas feridas. E foi dessa forma que o Evangelho o citou, como cumprido ali, em Jesus, em seu ministério messiânico. Ele sofreu as nossas dores, levou as nossas enfermidades (Jesus curava, Jesus consolava, Jesus era de fato o Messias esperado).

Crentes ficam doentes. Neopentecostais ficam doentes. Crentes de qualquer espécie adoecem e morrem. E por que? Porque "se este tabernáculo terrestre se desfizer" (e ele se desfará quer queiram ou não!), "temos um outro, não feito por mãos, eterno, no Céu". O Reino de Deus não é deste mundo temporário. Este mundo passará. Tudo aqui passará. O que chamamos de nosso hoje será de outros amanhã. Só a alma é nossa, aliás, em termos, pois se não a entregarmos a Cristo, ela será ceifada por Satanás.

Prometer cura aos enfermos é o mesmo que prometer imortalidade aos mortais. O evangelho jamais foi a mensagem de cura para o corpo, mas de salvação para a alma. Se há no decorrer da vida uma cura física - e há muitas!, não há promessa específica de imortalidade física, mas há a promessa de imortalidade da alma e da ressurreição dentre os mortos. Fomos enviados a pregar a salvação da alma, não a cura para os enfermos. Devemos orar, clamar, suplicar, implorar a Deus pelos enfermos; mas não devemos transformar um ato intrínseco à fé na própria mensagem da fé. A fé não vem pelo curar, mas pelo ouvir, e o ouvir a Palavra de Deus.

Mentem os que afirmam curar os enfermos. Mentem! Eles também adoecem e morrem! Todos eles irão morrer! Mas dizem a verdade os que pregam a mortalidade do corpo, mas a ressurreição da alma. Se alguém, de fato, é usado por Deus na cura dos enfermos, jamais dirá "eu orarei e Deus curará", mas dirá "eu orarei e suplicarei a misericórdia do Senhor; se Ele quiser Ele curará". É isso que nos ensina a Escritura Sagrada.

Àqueles que querem crer na mentira Deus permite a operação do erro, já que não dão crédito à verdade. Daí os supostos milagres comprobatórios. Há milagres entre esses mentirosos? Há. Assim como há milagres gerados por supostas imagens milagrosas, pedras esotéricas, espíritos nos médiuns ou poder do pensamento positivo. Entre a Palavra de Deus e um milagre a nossa fé deve estabelecer-se na Palavra de Deus, ainda que contrarie um milagre. Os escolhidos não se enganam com supostas maravilhas. E os escolhidos são os que escolheram crer no Senhor que ressuscitará os mortos incorruptíveis, não que mumificará os mortos corruptivelmente.

De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro (inclusive a cura de todas as suas enfermidades) se irá morrer e cair no Inferno? Que graça barata foi essa? A de Deus? Jamais.

Como diria John Stott, crer também é pensar.

E eu penso nas coisas lá do Alto, onde a morte nunca chegará.

Vida eterna. Esse é o âmago.

Wagner Antonio de Araújo
bnovas@uol.com.br
Igreja Batista Boas Novas de Osasco SP
www.uniaonet.com/bnovas.htm

 
Momento de dor para a Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP, quando SADAKO KARIYA, nossa irmã em Cristo, aguarda o chamado do Senhor para a vida eterna, uma vez que está a padecer os últimos momentos de um câncer nos ossos.

7.3.10

Dia Internacional da Mulher

Quero parabenizar a todas as mulheres pelo Dia Internacional da Mulher. Por falta de tempo em um domingo corrido,não pude escrever um texto homenageando as mulheres,mas peguei o texto de uma mulher de Deus traçando bíblicamente o perfil da mulher virtuosa. Interessante que quando digitei mulher no google o que apareceu completando foi:Mulher Melancia,mulher pelada,mulher sem roupa. Triste saber que esse tem sido o perfil mais procurado pelos homens de hoje;Mas Deus e os homens de Deus ainda tem procurado uma mulher virtuosa. Não se encontra fácil,por isso a pergunta:Mulher virtuosa,quem achará? Pv 31-10

Deus tem nos chamado para sermos mulheres virtuosas. Mulheres desprendidas, marcadas pelo poder de Deus, ou seja, mulheres que tem o perfil e o caráter de um Deus forte. Qual seria então o perfil de uma mulher virtuosa?

CONFIÁVEL, FIEL - Em primeiro lugar, podemos dizer que a mulher virtuosa é aquela em que se pode confiar O coração do seu marido confia nela, e não lhe haverá falta de lucro (Prov. 31:11). É uma mulher plenamente confiável. Não suporta traições e nem vive de trapaças, mentiras. Antes tem a sua vida firmada na verdade e por andar na verdade, é fiel em todo o tempo;

AGRADÁVEL, DO BEM A mulher virtuosa é do bem. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida (Prov. 31:12) Não é aquela mulher encrenqueira, que arranja briga por tudo. Ao contrário, é uma mulher serena, que sempre busca o bem de todos e por este motivo, todos sentem prazer em estar a seu lado. Ou seja, por desejar o bem se torna uma pessoa agradável.

NÃO SUPORTA A PREGUIÇA A mulher virtuosa não é preguiçosa. Ela busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com as mãos (Prov. 31:13). A mulher virtuosa é guerreira, não suporta a preguiça. Ao contrário, tem disposição para lutar por seus sonhos. Todas as tarefas que realiza faz de bom grado, sem murmurações e lamento. Por este motivo, nada lhe falta.

É EMPREENDEDORA A mulher virtuosa é uma mulher empreendedora, de vanguarda, visionária. Considera um campo, e compra-o; planta uma vinha com o fruto de suas mãos” (Prov. 31:16). Ela é empreendedora, pois sabe adquirir bens com a inteligência que Deus lhe dá. Não fica parada, esperando as coisas caírem do céu e não se escora em ninguém. Antes, é visionária, está sempre buscando uma forma de progredir, avançar e conquistar. Se não consegue por um caminho, tenta outros caminhos, buscando sempre novas oportunidades.

É FORTE A mulher virtuosa é uma fortaleza. Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços (Prov. 31:17) É uma mulher forte, pois nada consegue destruir a sua fé e esperança. Pode até chorar mas logo enxuga as suas lágrimas, tendo a certeza que sempre existirá o amanhã. Passa por dificuldades, como todo ser humano, mas jamais perde a sua força de viver, de crer nas promessas de Deus. Nada e ninguém consegue abater a sua fé.

É MISERICORDIOSA A mulher virtuosa tem um bom coração. Abre a mão para o pobre; sim, ao necessitado estende as suas mãos (Prov. 31:20). Não é egoísta. Ao contrário, sempre abençoa aqueles que a rodeiam. Sabe ajudar quando preciso e está sempre pronta para estender as suas mãos abençoadoras aqueles que necessitam.

É UMA MULHER UNGIDA. A mulher virtuosa nunca deixa faltar o óleo da unção de Deus em sua vida. Prova e vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite” (Prov. 31:18). É uma mulher que nunca permite que a chama do Espírito Santo se apague em sua vida pois compreende que o óleo da unção de Deus é sua essência e lhe trás tudo de bom que necessita para ser feliz. Ainda que viva momentos difíceis não deixa de buscar a Deus, de manter firme a sua aliança com o Altíssimo.

Breve diferença entre você e quem não teme a Deus
Uma mulher virtuosa compromete-se, dá a sua palavra e cumpre. Uma mulher comum faz promessas, não se esforça e quando falha só sabe justificar-se.”
“Uma mulher virtuosa diz: ‘Preciso a cada dia ser mais virtuosa’. Umamulher comum diz: ‘Não sou tão mau assim; há muitas piores que eu’

“Uma mulher virtuosa ouve, compreende e responde. Uma mulher comum não espera que chegue a sua vez de falar”

“Uma mulher virtuosa respeita as que sabem mais e procura aprender algo com elas. Uma mulher comum resiste a todas as que sabem mais e fica procurando defeitos nelas”

“Uma mulher virtuosa sente-se responsável por algo e dá o seu melhor.Uma mulher comum não se compromete nunca e diz: “Faço o que der”

“Uma mulher virtuosa diz: ‘Deve haver uma melhor forma de fazer isso…’ Uma mulher comum diz: ‘Sempre fizemos assim. Não há outra maneira.’

“Uma mulher virtuosa procura sempre ver o lado bom das demais pessoas. Uma mulher comum evidencia o lado negativo”

“Uma mulher virtuosa edifica eu lar, pois as atitudes dela são baseadas nos pensamentos de Deus. Uma mulher comum com as próprias mãos destrói seu lar, através de atitudes baseadas nos sentimentos”

“Uma mulher virtuosa sabe que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Uma mulher comum vê injustiças e desigualdades quando é “afetada”.

“Uma mulher virtuosa é PARTE DA SOLUÇÃO. Uma mulher comumé PARTE DO PROBLEMA”

“Uma MULHER VIRTUOSA como você, lê isso, FICA FELIZ e procura melhorar. Uma MULHER COMUM como as outras, lê isso, FICA REVOLTADA e acha que perdeu tempo lendo”