14.1.10

Zilda Arns - Através de sua fé, do seu amor, e sua dedicação, salvou a vida de milhares de crianças.


ZILDA ARNS se preocupava com os outros

___________________

Zilda Arns foi o que todas nós, ou muitas de nós, gostaríamos de ser ou de ter sido: uma mulher de infinita dedicação às suas crianças, à sua gente, ao seu país e ao seu mundo. Ela morreu como viveu: chacoalhando em desconfortáveis jipes militares, aos 75 anos, numa guerra contra a pobreza, a sujeira, a ignorância. A favor da vida. Morreu para que tantos outros vivessem no pequeno Haiti, o mais miserável país da América Latina, quase um encrave da África pobre na região.

Médica, especializada em educação física e pediatria, Zilda foi indicada três vezes pelo Brasil para o Prêmio Nobel da Paz. Merecia, e seria uma honra para cada um de nós. Mas ela não era só brasileira, era do mundo.

Suas soluções simples, baratas e enormemente eficazes cruzaram fronteiras e foram salvar vidas em 15, 20 países pobres da América Latina e da África. Coisas assim como lavar as mãos, tomar banho, aproveitar os alimentos até o último detalhe. Quem não leu sobre macerar cascas de ovos para adicionar cálcio à alimentação de pobres ? Quem não sabe da mistura caseira para salvar crianças de desnutrição e desidratação ?

Sua história e seus ideais se confundem com os dos ícones mundiais em ajuda humanitária.

Zilda dedicou sua vida à vida alheia, mantendo-se bonita, vaidosa, imensamente feminina. Não interpretou um papel. Era apenas ela mesma em ação.

Se Zilda Arns tivesse morrido de uma doença qualquer, de um acidente qualquer, mesmo assim sua morte teria imensa repercussão e geraria uma tristeza nacional.

Tornou-se ela, por sua luta social, uma personagem mundial, cercada por exemplos que deixam boas marcas perante a solidariedade internacional.

Zilda, definitivamente, não passou pela vida em vão.

-------------------------------------------------

Zilda Arns, morreu em decorrência do terremoto de 7 graus de magnitude que atingiu o Haiti nesta terça-feira (12.01.2010).

Zilda estava no país desde a última segunda-feira, para participar de um encontro com religiosos, segundo a Folhaonline, assim como tratar-se de um encontro humanitário.

Nascida em 1934, ela era representante de algumas entidades, tanto religiosas, quanto sociais. Também era membro do Conselho Nacional de Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Ela era viúva e mãe de cinco filhos. Empenhada em causas ligadas ao combate à mortalidade infantil, desnutrição e violência familiar, ela chegou a ser indicada ao prêmio Nobel da Paz em 2006 e recebeu diversos outros prêmios.

Zilda acreditava que a educação é a melhor forma de combater a maior parte das doenças de fácil prevenção e a marginalidade das crianças. Desenvolveu uma metodologia própria de lidar com a solidariedade entre as famílias mais pobres. Costumava citar sempre o milagre bíblico da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram 5.000 pessoas, como narra o Evangelho segundo o Apósto João.

Fundou alguns movimentos religiosos e sociais a partir de 1983.

Entre os prêmios internacionais recebidos por Zilda estão:

- Prêmio “Heroína da Saúde Pública das Américas”, concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde, em 2002;

- Prêmio Social 2005 da Câmara de Comércio Brasil-Espanha;

- Medalha “Simón Bolívar”, da Câmara Internacional de Pesquisa e Integração Social, em 2000;

- Prêmio Humanitário 1997 do Lions Club Internacional;

- Prêmio Internacional da OPAS em Administração Sanitária, 1994.

No ano passado, uma ONG ligada a Zilda foi investigada pelo uso de recursos públicos de forma irregular no pagamento de dirigentes da instituição.

A Justiça Federal no Paraná condenou a ONG a devolver recursos públicos usados.

Apesar das incoerências históricas e atuais do catolicismo, que interpreta muito erroneamente a BÍBLIA SAGRADA, Zilda Arns era católica. …

Escrito por M. Martins (modificado por Aldo Corrêa).
Fonte: Folha de São Paulo (modificado por Aldo Corrêa).





*****************************************

Lamentamos profundamente a morte desta heroína brasileira, cuja obra ainda ecoará por muito tempo. Que seu exemplo de amor e solidariedade possa despertar a consciência de muitos, religiosos ou não, católicos, evangélicos ou de qualquer outro credo. O amor está acima de qualquer credo, e não pode ser monopolizado por quem quer que seja. Onde houver amor, ali haverá um exemplo a ser seguido. Engana-se quem pense que Zilda estava no lugar errado e na hora errada. O amor sempre nos faz acercar daqueles que necessitam, fazendo-nos identificar-nos com seu sofrimento e carência. Que sua partida em meio ao cataclismo, chame a atenção do mundo para a pobreza crônica da população daquele pequeno país.


Hermes Fernandes

Por uma igreja mais vulnerável



Hermes C. Fernandes




Até onde vai o espírito triunfalista dos crentes atuais? Aprendemos que o poder de Deus nos faz invulneráveis, gente sobrehumana, intocável, imune a qualquer sofrimento. E se por uma desventura formos vítimas de alguma enfermidade, ou cataclismo, as únicas explicações possíveis é a nossa falta de fé ou o nosso pecado. O pseudo-evangelho nos propõe viver numa espécie de redoma, que acaba se revelando como uma frágil bolha que a qualquer momento pode estourar.

Como explicar que uma pessoa que fez bem a tanta gente, possa ter sua vida ceifada num acidente trágico? Como encontrar sentido num terremoto que derrubou não apenas o palácio do governo de um país famoso por seu envolvimento com bruxaria, mas também igrejas e hospitais?

Por que Deus permite tais coisas? Por sermos 'justos', não deveríamos ser poupados do juízo que cai sobre os ímpios?

Quem pensa assim demonstra não ter entendido nada do Evangelho de Jesus Cristo. Deus jamais nos prometeu tornar-nos invulneráveis. Basta uma rápida averiguada na história da igreja, para dar-nos conta das inúmeras perseguições e tragédias que a abateram ao longo dos séculos.

E isso só aconteceu pelo fato dos cristãos exporem suas vidas, transitando por lugares suscetíveis a todo tipo de males, para ir ao encontro do necessitado, do sofredor. Eu diria que a vulnerabilidade é uma de nossas principais características como seguidores de Cristo. E é justamente aí que reside nossa força. Não foi debalde que Paulo declarou que o poder de Deus se encaixa perfeitamente em nossa fraqueza.

Hoje as igrejas buscam estabelecer-se nos lugares mais privilegiados. Seu público alvo prioritário é a classe média alta. Buscam esses lugares para obterem prestígio social e dinheiro. E quando investem em comunidades mais pobres, seu objetivo é angariar votos para seus políticos, e usar suas obras sociais como justificativa para levantar mais dinheiro da classe abastada.

Bem-aventurado é quem perde sua vida no serviço aos mais necessitados. Bem-aventurado é quem expõe sua própria vida por amor despretensiosamente. Bem-aventurado é quem não faz de sua obra uma vitrine através do qual possa gloriar-se e obter alguma vantagem.

Bem-aventurados os que "da fraqueza tiram força" (Hb.11:34), que escolheram como seuhabitat "desertos e montes", "covas e cavernas", favelas e ruínas, e onde quer que haja quem necessite de socorro. Esses são aqueles de quem o mundo não é digno!

O mundo não será impactado por uma igreja triunfalista, formada de crentes insensíveis, mimados e pirracentos, que só sabem contar vantagens como se fossem testemunhos. O mundo será transtornado por uma igreja vulnerável, que desça de seu pedestal em direção à miséria, ao desespero, e às mais profundas carências humanas. Uma igreja que se compadeça, em vez de buscar desculpas teológicas para sua letargia e frigidez. Uma igreja que não se preocupe em teodicéias mirabulantes para tentar explicar a razão das tragédias frente à realidade de um Deus amoroso e todo-poderoso. Em vez disso, se mete em meio à tragédia para revelar num gesto a face neglicenciada do Deus todo-amoroso. Deus não carece de advogados, mas está recrutando embaixadores do Seu amor.

O terremoto no Haiti é mais uma oportunidade de expressarmos o amor de Deus. Saiamos ao encontro dessa gente sofrida, não com o dedo em riste, mas com as mãos estendidas, sem que isso seja mais uma estratégia proselitista. Deixemos que nosso amor pregue por nós.


Hermes Fernandes é um dos mentores da Santa Subversão Reinista no Genizah

CAIO FÁBIO: ovelha em pele de lobo



Por Leonardo Gonçalves




O evangelicalismo brasileiro é marcado por figuras controversiais. Há gente boa e anônima, ladrões famigerados, e alguns que, por cabeça fraca, se deixaram levar pela corrente, abrindo mão do divino dom de pensar. Pastores sérios e zelosos, vendilhões do templo e marionetes alienadas, todos eles fazem parte do cenário gospel brasileiro.

De todas essas figuras controvertidas, uma delas exerce sobre mim uma enorme influência, e apesar da polêmica e do escândalo envolvido com o seu nome, não tenho vergonha de dizer: Sou um admirador do trabalho realizado pelo pastor Caio Fábio D’Araujo. Polêmico, existencialista, agitador, Caio reúne suficientes predicados para deixar os golpistas eclesiásticos de cabelo em pé!

Muito criticado, silenciado e perseguido por vários pastores, Caio Fábio viveu dias horríveis. Após o escândalo moral envolvendo a sua pessoa, o adultério seguido do divórcio, bem como a confissão em sua auto-biografia, o reverendo amazonense se desvelou ao público, abriu seu coração como nenhum outro, tirou a máscara e teve a ousadia de revelar ao mundo a sua verdadeira face. Sua hipocrisia, sua conduta dúbia, tudo isso foi delatado por ele mesmo, resultando no ostracismo ao qual ele foi submetido por alguns anos.

Não quero com isso justificar a atitude do Caio. Adultério é pecado, causa um tremendo estrago, deixa cicatrizes profundas e em alguns casos a ferida nunca fecha completamente, e o Caio sabe disso. Contudo, que direito temos nós de punir um homem por algo que ficou lá no passado, e que certamente Deus mesmo já perdoou? Será que Caio, em plena vigência da Graça, foi privado por Deus do perdão enquanto Davi, na dispensação da Lei, foi perdoado pelo Criador? Pecado é pecado, mas não sejamos cínicos: Assim como há pecado, também há perdão.

Acontece que, como todas as coisas – a longo e a médio prazo – cooperam para o bem dos que amam a Deus, assim também o pecado de Caio foi o ponto de partida para um renascimento. Das trevas do ostracismo religioso, do desamparo e do pecado, nasce um Caio ainda mais destemido, mais apaixonado e agora, ainda mais disposto a militar contra esse “evangelhocumba”, o neopentecostalismo sincrético e podre que contamina a alma dos crentes. A razão disso? Impossível dizer ao certo. Talvez as denúncias dele sejam resultantes do seu destemor, uma vez que sua vida pregressa é um livro aberto (literalmente!), e tudo quanto alguém poderia usar contra ele já foi dito por ele mesmo. Talvez tal ousadia seja apenas o cumprimento da palavra: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”.

Recentemente, um caso noticiado pelo site do referido pastor me deixou indignado. Fora o caso do seminarista que, imbuído de ódio contra ele, estuprou a ex-namorada. O resultado, além dos traumas que tal crime ocasionará, foi uma gravidez indesejada. Digo indesejada pelo modo como aconteceu, e não por uma predisposição da mãe ao aborto. A jovem, estudante universitária e administradora de um irrisório salário de 650 reais, esta decidida: Vai criar o filho no temor do Senhor. O bandido estuprador ameaçou a ex-namorada, caso a mesma pretendesse denunciá-lo; a reprimenda do bandido foi endossada pelo pastor da sua denominação. Na minha opinião, dois safados da pior espécie. Meu primeiro impulso: Encher a cara dos dois de porrada. Mas, infelizmente (ou não), nem tudo se resolve assim. A justiça, ao menos em teoria, ainda serve para legislar sobre estes temas.

O caso tem sido tratado com muito carinho e atenção pelo Caio. Ferido na alma muitas vezes, ele adquiriu o dom da empatia. Somos atribulados para consolar, escreveu Paulo à igreja Coríntia...

A jovem violentada, embora seja uma personagem real, é também um tipo, uma figura análoga, um arquétipo. Ela representa o anseio de uma juventude que cansou de ser evangélica, de ostentar títulos e placas denominacionais, de viver debaixo do jugo do legalismo disfarçado de santidade, do espiritismo disfarçado de pentecostalismo, da soberba disfarçada de autoridade espiritual. Gente ferida, machucada por dentro e (as vezes) por fora, e que encontra nele uma espécie de pai e profeta.

Enquanto Silas Malafaia busca manipular e dividir a opinião evangélica, alternando-se entre a venda de indulgências e a defesa da moral cristã, disfarçando-se de homem piedoso e militante pró-familia, Caio está curando as feridas de uma ovelha machucada. Enquanto Silas, Morris e Macedo devoram as o rebanho, o pastor ferido vai em busca da ovelha fraca, deixando no aprisco as noventa e nove.

Com uma aparência estranha, barba e cabelo comprido, o pastor mais parece um João Batista contemporâneo, a apontar o dedo contra a corrupção religiosa vigente. Toda pinta de lobo, alguém dirá. Concordo plenamente; no atual meio evangélico, onde a estética sobrepassa a ética e a aparência transcende à essência, Caio pode ser facilmente categorizado como lobo. Mas, se olharmos para os frutos, se aprendermos a olhar mais para o interior que para o exterior, se valorizarmos o espírito mais que a matéria, concluiremos que Caio ainda é uma ovelha. Uma ovelha em pele de lobo...

Continuarei orando pelo ministério de Caio Fábio. E espero, sinceramente, que muitas Estações do Caminho sejam inauguradas em todo Brasil. Orarei também para que se levantem mais homens comprometidos com a verdade, verdadeiros pastores – treinados pela vida – para oferecer apoio, esperança e consolo àqueles que, feridos em nome de Deus, não possuem mais nenhuma razão humana para continuar acreditando. Aliás, é justamente quando as razões humanas terminam, que nasce a verdadeira fé.



***
Postado por Leonardo Gonçalves, com amor e temor, no Púlpito Cristão.

DEUS DOS DERROTADOS



- Esperança para quem perde a concorrência da vida.
MANOEL SILVA FILHO

Todos na vida querem ser um Ayrton Senna, nunca Rubinho Barrichello. Porque desde pequeno somos convencidos que o mundo é dos que vencem. A lei universal da sobrevivência do mais forte sobre o mais fraco já se estabelece muito cedo na concorrência das relações familiares entre irmãos, nas disputas das brincadeiras de rua, e depois no colégio, quando somos compelidos a entrar na corrida desleal de quem é mais inteligente, mais bonito, de quem decora mais, quem tira a nota maior, de quem joga mais, desenha mais, escreve mais, e de quem consegue mais garotas. Na faculdade a história se repete e igualmente na especialização, no mestrado, no doutorado, no trabalho, na repartição, no departamento, na fábrica, no balcão. Sim, você pode argumentar e tentar me convencer que existe o lado positivo disso, que é bom pra incentivar garra e senso de valor.

Mas convenha comigo, sempre a concorrência exalta uns e atropela outros. A sociedade, a mídia e as propagandas de um modo geral estão prontas para enaltecer os capazes e chutar a bunda dos incapazes. E entre uma realidade e outra, os que não são eficazes se sentem totalmente inadequados na tentativa de sobreviver no mundo competitivo. Os obesos, os negros, os feios, os pobres, os improdutivos, os diferentes e os lentos de raciocínio se dão mal em qualquer lugar no mundo.

Infelizmente isso também ocorre dentro da própria igreja. Aqueles que oram mais, que jejuam mais, que “ganham mais almas”, que produzem mais tem maior possibilidade de ganhar mais medalhas de reconhecimento, como o Mutley, o cachorro do Dick Vigarista do desenho da Corrida Maluca, e os que não levam jeito, os que são modestos, os que não tem desenvoltura aprovada pela liderança são vistos como cristãos de segunda categoria, por que na prática só os vitoriosos são recompensados na corrida pela “perfeita santidade”.

O problema é que o fracasso nunca é anunciado no relatório estatístico apresentado a igreja no final do ano e a derrota e o fracasso se tornam resíduos incômodos varridos pra baixo do tapete, e os defeitos e fracassos dos irmãos são restolhos escondidos e entulhados no galpão dos breguessos esquecidos. Alem disso tudo, via de regra a própria igreja é culpada sim, por impor a venda de uma imagem distorcida, de que é composta de crentes invencíveis, infalíveis e cheia de super-crentes destemidos, de testemunho irrefutável.

Em meio a tanto triunfalismo, dá até vergonha mostrar fraqueza de qualquer tipo, e o jeito é se esconder hipocritamente por trás de uma máscara de dissimulação.

Mas enfrentemos a realidade. O que dizer dos segundos lugares, dos que perdem lutas, dos frustrados, dos esquecidos, dos diferentes, dos não privilegiados, dos não reconhecidos, dos que não obtém o desempenho exigido, dos que ficam para trás e não conseguem permanecer satisfatoriamente na corrida dos melhores lugares no mercado de trabalho na sociedade e na igreja? Onde estão eles?

Em contraste a esse embuste descarado, é absolutamente desconcertante descortinar a Verdade e ver que o Deus que é revelado nas Escrituras se mostra como um Deus fraco. Um Deus que se deixa ver desvalido e impotente, e conseqüentemente, um Deus plenamente solidário com a fraqueza humana. Esse Deus corre risco, não se impõe pela força, esbarra no livre arbítrio humano, e é atropelado por obstáculos aparentemente insignificantes, e enfrenta duras resistências como é exemplificado na saga misteriosa de Jacó.

Antigo Testamento, Vale do Jaboque, fronteira de Israel. Madrugada fria, as primeiras nesgas de luz despontam no horizonte, em meio ao lusco-fusco do amanhecer se percebe uma luta marcial entre dois vultos que lutam por horas noite adentro. O Anjo do Senhor, tipificação clara da presença de Jesus no VT, revela fraqueza e cansaço ao digladiar-se com Jacó. O Deus pré-encarnado vacila, resfolega e se deixa vencer, não sem utilizar um recurso derradeiro típico dessas lutas: descola o tendão da coxa do adversário. Jacó sente a dor aguda e claudica desnorteado, orbitando em torno de seu opositor, a coxa dói, uma marca pra toda vida e uma transformação radical, agora é Israel, príncipe que luta com Deus e vence. Um Deus que fraqueja para se fazer vencedor.

Novo Testamento, monte Calvário, imediações da cidade de Jerusalém. Teologicamente, o maior exemplo da fraqueza do Deus Todo-Poderoso é demonstrado ali.

Para quem olhasse de qualquer ângulo, via-se Deus morrendo. O Homem-Deus agoniza, seus cabelos estão emplastrados de sangue coalhado, suas costas esfoladas pelas chicotadas. Paulo chega a mencionar o paradoxo da fraqueza de Deus sendo mais forte que a força dos homens, e a kenosis de Deus se esvaziando como um balão.

Observe! Quer maior identificação com a fraqueza humana do que essa? Quer ver um homem sem glamour e totalmente despido de charme, beleza, ou qualquer atrativo físico? O profeta Isaías o viu assim, sem formosura e nenhuma beleza que justificasse o desejá-lo. Quer ver alguém abandonado, sem fãs e sem pessoas que o admirem? Quer ver alguém tão solitário, caindo vertiginosamente no abismo da mais densa treva de solidão, que o próprio Pai o abandona na hora mais excruciante de sua vida?

A cruz demonstra que Jesus, a encarnação do Amor se caracteriza pela identificação total. E durante sua caminhada pela terra Ele não se acercava de vitoriosos, das pessoas influentes, antes se voltava compassivamente para esse tipo de ser humano marcado pela fraqueza e pelo preconceito, ele andava com párias, com homens e mulheres de reputação duvidosa, prostitutas, publicanos e pecadores. Os fracassados. Os não atrativos, os não populares. Os segundo lugares. Ele bem que podia ter chamado jovens nota dez que conquistaram o último grau na escola rabínica, os graduados. Mas não. Jesus foi atrás de homens comuns, que abandonaram a sinagoga para seguir a carreira simples de seus pais, e se tornarem meros pescadores anônimos. Outros chamados eram subversivos, e outros, odiados coletores de impostos.

Penso que Jesus e seu Pai, à semelhança do pai (Dustin Hoffman) de Greg (Bem Stiler), na comédia “Entrando numa Fria maior ainda”, que se orgulhava dos terceiros, sextos e décimos lugares de seu filho, exibindo em sua sala de estar certificados e quadros comemorativos desses eventos, nosso Pai celestial também expõe na parede de Sua casa, certificados de nossos segundos lugares, marcadores que demonstram nossa sinceridade e esforço de fazer o melhor, (como a menção a Maria de Betânia, que Jesus diz que ela fez o que pode no derramar o caro perfume em Seus pés) e isso com o maior orgulho de paizão. Por que Deus não olha o desempenho ou a performance, mas a verdade no íntimo e a sinceridade do coração.

Sim, agora saiba que não há dor maior, abandono total, desinteresse absurdo e injusto dos homens, preconceito e desrespeito tão acentuados que não possam ser amplamente supridos por esse Deus que prefere mais a fraqueza à facilidade e status de glória humana.



“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa se compadecer de nossas fraquezas, porém um, que como nós, em tudo foi tentado em todas as coisas, mas sem pecar”- Autor da carta aos Hebreus.


***
Em Manuel DC

Pr. Stelio Rega - Igrejas cheias de pessoas vazias?!



Igrejas cheias de pessoas vazias?!

Embora muitas igrejas estejam cheias, inumeras pessoas ali parecem continuar vazias de sentido de viver

Recentemente, ouvi o pastor Carlos Alberto Bezerra, dirigente da Comunidade da Graça, falar que há muitas igrejas cheias de pessoas vazias. Uma frase de forte impacto e com muita razão. Ele falava de igrejas que não vivem o sadio Evangelho.
Tenho observado que há mesmo muitas igrejas cheias – considerando aqui igreja como o espaço nobre da vivência do sagrado. É claro que Jesus não morreu pelo espaço e pelos objetos que estão nesse espaço. Mas tenho também observado que, embora muitas igrejas estejam cheias, inúmeras pessoas ali parecem continuar vazias de sentido no viver. Em vez de entregarem não só a alma para Jesus, ainda não lhe entregaram tudo o que têm (negando-se a si mesmas, conforme Lucas 9.23). Antes, estão buscando um Deus de avental, pronto a servi-las com todas as benesses celestiais e principalmente materiais.
São pessoas que não estão dispostas a buscar o arrependimento, o perdão, o abandono de uma vida egoísta e consumista dos bens e riquezas, que foram mal nos negócios, no emprego, que não souberam planejar sua vida e recursos e agora estão na pior. Então, buscam o Deus-panacéia, o Deus-resolve-tudo, tipo um consertador, uma espécie de “clínico geral”.
Muitos líderes e igrejas são oportunistas, pois o mundo, estando cheio de pessoas com esse perfil, fornece os clientes potenciais para rechear o caixa da igreja e seus bolsos. Por meio da pregação de um evangelho antropocêntrico, despido da verdade bíblica, transformam Deus em mercadoria de bom preço. Estão dispostos a pôr o Senhor para trabalhar para você a um custo inicialmente baixo, mas, se feito um balanço, o custo será alto, não apenas financeiro, mas também quanto ao que de mais importante existe na vida – a perda de seu significado.
Outro dia, recebi um e-mail de uma pessoa que freqüenta uma igreja assim, ela estava desiludida, pois já havia gastado tudo o que tinha e nada conseguiu resolver de sua vida. Caiu no conto do “vigário”, desculpem-me, no conto do “pastor”!
A realidade é que as pessoas estão vazias não porque estejam desempregadas, com saldo devedor, com enfermidades, com a perda de um ente querido. Estão vazias porque o buraco dentro de suas vidas é do tamanho exato de Deus, o vazio é a perda de sentido na vida, de objetivo em viver.
Jesus disse “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10). Não é porque você entregou a vida a Jesus, que adquiriu a imunidade a vírus, bactérias, morte, perda de emprego, etc. Como nova criatura, você vive, não mais você, mas Cristo vive em você (Gl 2.20), ele é quem vai dar significado à sua vida, a visão de mundo agora é outra, os bens são meros acessórios, muitos deles dispensáveis, você vai buscar um estilo simples de viver, por isso é possível dizer “Em tudo dai graças” (1Ts 5.18). Uma vida grata é uma vida cheia de sentido.

Lourenço Stelio Rega
é teologo, educador e escritor.


13.1.10

A qual você segue? Jesus ou Gezuz?



Por Leonardo Gonçalves



Cada vez fica mais evidente a diferença entre aquilo que Cristo pregou e viveu, e aquilo que os seus discípulos pregam e vivem. Muitos “seguidores” de Cristo parecem ignorar diversos fatos da vida do Mestre, dando a clara impressão de servirem a outro Jesus, que não é o da Bíblia.

Vemos os “discipulos” da atualidade ensinando uma religião hedonista, onde Cristo não é o salvador da alma, e sim o salvador “da pele”. O objetivo principal dessa religião não é ser salvo ou agradar a Deus, mas desfrutar de todas as benesses de uma vida religiosa. Promete-se uma vida de abundante felicidade e isenta de enfermidade ou dor, um oceano cor-de-rosa! Não há nele qualquer menção ao sofrimento, afinal, os filhos de Deus não sofrem nunca, e jamais serão pobres: “Nosso Deus é o dono do ouro e da prata” [1], dizem, ignorando completamente que esse ouro é dele, e não nosso. A dissonancia desse Cristo triunfalista é obvia: Jesus nos chamou para servir a ele, e não para servir-se dele. Ele disse: “Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz, e siga-me”[2]. E no tocante ao seu reino, ele foi bastante sincero ao dizer que o seu “reino não é deste mundo”[3]. Aqueles que pregam um cristianismo hedonista dizem que ninguém jamais saiu triste da presença de Jesus, pois ele sempre correspondeu às expectativas dos seus seguidores. Eles ignoram o caso daquele jovem rico, que ao ter seu coração descoberto e sua avareza desvelada, se afastou de Jesus, e saiu triste [4].

Evangelho não são benesses temporais, mas uma vida atemporal, no céu. Não é satisfação para os nossos prazeres, e sim a mortificação da nossa carne. Aqueles que pensam que Jesus é um grande solucionador de problemas, um Silvio Santos gospel a jogar aviãozinhos de dinheiro para o auditório, estão muito equivocados. Os que assim procedem, definitivamente, não conhecem a Jesus.

Se por um lado há aqueles que pensam que Jesus é um Silvio Santos celestial, por outro há também quem pense que ele é um fariseu enfurecido cheio de raios nas mãos, pronto para dispará-los sobre as cabeças daqueles que tiverem qualquer comportamento não-religioso. O pior é que nesse exacerbado zelo, eles acabam optando por um ascetismo hipócrita, isolando-se das pessoas e vendo o mundo como um inimigo, e não como objeto do amor de Deus [5]. Estes se comportam como separatistas radicais, fazem violência a individualidade humana ao impor uma série de proibições absurdas, como “não toques, não proves, não manuseies” [6], e se esquecem que Jesus não foi um abitolado que se escondia das pessoas por medo de se contaminar: ele comia com os publicanos pecadores, participava de festas [7], e abriu seu ministério com um milagre sem igual: transformou 600 litros de água em vinho da melhor qualidade! Mas acontece que os neo-fariseus passam de largo por estes textos, preferindo uma fé míope e legalista, do que viver a plena liberdade que Cristo nos oferece. Para os tais, um Cristo que bebe vinho, come com pecadores e é amigo de prostitutas, definitivamente é carta fora do baralho. Aliás, a propria menção da palavra “baralho” é suficiente para provocar-lhes escandalo!

Olho para ambos grupos com uma profunda tristeza em meu coração, pois percebo que nenhum deles compreendeu ainda a essência do evangelho. Como é difícil a moderação! Qualquer que seja a época, a tendencia da igreja (instituição) é sempre polarizar: ou fundamentalista, fariseu e xiita, ou libertino, hedonista e leviano. O bom senso, velho árbitro da moralidade, está em falta na prateleira do mercado religioso. Contudo, o mais deprimente é ver que ambos grupos não conhecem a Jesus. Eles dizem conhecê-lo e até serví-lo, mas na verdade eles adoram um ídolo. Sim, um ídolo forjado por eles mesmos, uma divindade de Edom, feita sob medida para satisfazer suas concupiscências e prazeres mundanos. Ou um outro totalmente diferente, mas igualmente destrutivo, um divinade xiito-farisaica, produto de uma consciência culpada que deseja comprar o favor de Deus mediante sua pseudo-santificação; santificação esta que está muito mais relacionada ao corte de cabelo e com as vestimentas, do que com o caráter, pensamentos e atitudes de Cristo. Ambos pisam a graça divina, pois se o hedonista não pensa nas coisas espirituais e anela um céu na Terra, o legalista deseja até morar no céu, mas não está disposto a confiar na graça barata, na graça de graça: ele quer pagar o direito de piso. Simonista, ele espera comprar o Dom de Deus mediante a observância de certas práticas que, “apesar de parecerem sábias, uma verdadeira demonstração de humildade e disciplina, não tem nenhum valor para controlar as paixões que levam à imoralidade” [8].

Contrastando com o Jesus fariseu e com o Jesus libertino, está o Jesus bíblico. Olvidado e desprezado, já quase não figura nos púlpitos do nosso país. Cada vez mais me convenço de que o Brasil ainda é um campo missionário, pois apesar do assombroso crescimento dos cristãos evangélicos, apenas uma pequena parcela demonstra conhecer o Cristo da bíblia, o qual é “uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo”[9]. Muitos tropeçam, se escandalizam e caem, mas a Providência de Deus afirma: “Quem crer nele não será confundido”[10], e é por isso que, por mais que me apresentem um outro Cristo, e ainda que esse Cristo genérico faça chover milagres do céu, não abro mão das minhas convicções. Eu sei em quem tenho crido. Eu cri no Cristo. Jamais poderão me confundir!


***

Notas: 1. Ag 2.8 / 2. Mc 8.34 / 3. Jo 18.36 / 4. Mt 19.22 / 5. Jo 3.16 / 6. Cl 2.21 / 7. Jo 2.1 / 8. Cl 2.23 / 9. Rm 9.33; 1Pe 2.8 / 10. Rm 9.33



Deus é amor - O que significa isso



Ricardo Gondim


Deus é amor. Eis a declaração central para se entender o cristianismo.


Amor não é atributo que torna Deus racionalmente compreensível. Em Jesus, Deus não se assemelha a um Júpiter que dita, e micro gerencia, os nano detalhes do universo. Deus ama. Nesta afirmação se alicerça a mensagem de que ele não deseja outro tipo de relacionamento com a sua criação.

Uma autêntica relacionalidade com Deus só será possível caso se aceite que ele criou pessoas com liberdade. A correlação amor e liberdade é estreita. Relacionamento verdadeiro só acontece quando aceitação e rejeição se tangenciam. Isto implica que mulheres e homens têm o poder de voltar as costas para a oferta de amor. Deus ama. Portanto, não se força – “eis que estou à porta e bato”.

Quando Deus interpela, homens e mulheres são capazes de responderem sim ou de frustrá-lo. Está escrito em Lucas 7.30 que os indivíduos possuem liberdade de dar as costas ao conselho ou propósito (grego, boulê) de Deus: “Mas os fariseus e os peritos da lei rejeitaram o propósito (boulê) de Deus para eles, não sendo batizados por João”.

Também está escrito em Lucas 13.34 que a vontade (grego, thelô) de Deus pode ser frustrada. O lamento de Jesus sobre Jerusalém é emblemático: “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!”.

Deus não brinca, não dissimula, sua liberdade é real. Não faz sentido imaginar uma divindade escondendo alguma agenda na manga ou induzindo as criaturas a se sentirem livres sem que realmente sejam. Homens e mulheres apenas cumpririam um roteiro previamente escrito e determinado. Aceitar que Deus mantenha atos secretos, nega a revelação de que ele seja luz; nele não há sombra ou suspeita. C.S. Lewis argumentou sobre a onipotência divina em “O problema do Sofrimento” e concluiu:

A sua onipotência significa poder fazer tudo o que é intrinsecamente possível, e não para fazer o que é intrinsecamente impossível. É possível atribuir-lhe milagres, mas não tolices. Isto não é um limite ao seu poder. Se disser: “Deus não pode dar a uma criatura o livre-arbítrio e, ao mesmo tempo, negar-lhe o livre arbítrio não conseguiu dizer nada sobre Deus

O Deus bíblico cativa amorosamente os seres humanos e os interpela para que se comprometam com a construção da história – que ainda não está pronta. O teólogo uruguaio Juan Luis Segundo dizia que “com infinita liberdade, Deus se dá a si próprio os limites que supõe (para não ser contraditório) todo amor no trato interpessoal. E isso nos recorda outra limitação, a suprema, realizada por Deus: a da Encarnação (cf. Fl, 2.7)”. Quando encarnou, Jesus não se fantasiou de humano, mas assumiu as limitações contingenciais comuns a todos.

Mesmo que alguns considerem absurdo, Deus corre, sim, riscos. A liberdade que ele soberanamente decidiu fundamentar suas relações abre diques tanto das virtudes como dos vícios. Mesmo assim, a liberdade que pavimenta o chão de seus relacionamentos não significa que Deus não consiga, em sua infinita sabedoria, desencalacrar o universo das possíveis consequências do mal. Deus é capaz de mobilizar gente disposta a redesenhar a história, nem que a partir de tragédias.

Como não está sujeito a qualquer necessidade, nada o força a fazer qualquer coisa. As Escrituras não deixam dúvida: em sua liberdade, Deus decidiu não controlar tudo o que acontece. Mas sua decisão foi coerente com seu próprio ser. Porque Deus é amor, convoca a homens e mulheres se tornem seus parceiros na condução da história. Este gesto é desdobramento de seu caráter. Deus jamais agrilhoaria a história; jamais colocaria cabrestos em seus filhos. A partir de sua boa vontade e de sua liberdade, Ele criou e convocou seus filhos para, em diálogo amoroso, entrar em parceria na construção do amanhã.

Espiritualidade só será verdadeira se aproximar as aparentes contradições da vida. Orar é acreditar que uma conversa genuína aconteceu. Houve uma sintonia entre a criatura e o Divino. Oram bem os que aceitam ser possível enlaçar e co-operar com Deus para, de alguma forma, alterar os eventos futuros – que não estão fixados.

O cristianismo não navega nas mesmas águas da religiosidade grega. Desde a metafísica aristotélica, a história era entendida como um destino inexorável. O pensamento helênico negava o valor e a consistência das parcerias entre Deus e a humanidade. Lamentavelmente, esse fatalismo ganhou força com a teologia da “Providência” que procura mostrar que Deus mantém a sua vontade em mundo contingencial. Na teologia iluminista, Deus passou a ser descrito com as mesmas atribuições que o “Motor Imóvel” de Aristóteles: um oleiro impassivo que zela por sua própria glória, não admite questionamentos, e não tem escrúpulos de usar vidas humanas para conduzir a história ao seu fim majestoso.

Essa função atribuída a Deus de organizar a ordem cósmica tornou-se um absoluto inquestionável do cristianismo. Os teólogos passaram a afirmar, com absoluta certeza, que Deus, desde sempre, decretou cada mínimo detalhe do que acontece no universo e nas vidas humanas. Assim, tanto o bem como o mal só ocorrem por sua vontade. Auschwitz, tráfico internacional de crianças para pedofilia e Darfur são, em última análise "da sua vontade, pois, se Deus permitiu é porque tem algum propósito".

Juan Luis Segundo negou que esta divindade se pareça com o Deus bíblico: “O fato é que o Deus de Aristóteles e o Deus que, segundo João, é Amor, não são a mesma coisa. Se Deus é amor, é mister refazer o conceito da realidade divina".

Portanto, liberdade adquire maior importância para que a espiritualidade não seja alienante (Marx), infantilizante (Freud) ou desumanizante (Nietzsche).

José Comblin afirmou que “as formas da antiga cristandade estão se apagando. Com o desaparecimento da cultura rural, o cristianismo dos avôs já pertence ao passado. Não adianta querer ressuscitar o passado nem querer contar com os movimentos de “entusiasmo” religioso para fundar nova cristandade... O evangelho é este: ‘Cristo nos libertou para que vivêssemos em liberdade’ (Gl 5.1).’Foi para a liberdade que vocês foram chamados (Gl 5.3). Deus é liberdade e nos criou para a liberdade. Esta é a nossa vocação humana. O sentido da nossa vida é construir e conquistar a liberdade".


Soli Deo Gloria


“A verdadeira liberdade consiste somente em fazer o que devemos, sem sermos constrangidos a fazer o que não devemos.”



Jonathan Edwards